Principal porta de entrada para o atendimento a pessoas em situação de rua, o Centro Pop Rua funciona desde a última terça-feira (11) com atendimentos reduzidos em Caxias do Sul. O motivo é a falta de contrato vigente entre a Fundação de Assistência Social (FAS) e uma empresa terceirizada que preste o serviço de vigilância e segurança patrimonial da estrutura, que fica no bairro Cinquentenário. Sem o vigilante, o acesso ao local foi suspenso e os atendimentos realizados no lado de fora.
De acordo com a diretora de Proteção Social Especial de Média Complexidade da FAS, Cristiane Oliboni, a ausência de um documento, uma planilha de custos, impediu a assinatura do contrato entre a fundação e a empresa Arsenal Segurança Privada, vencedora da licitação aberta em junho. A situação deve ser normalizada na próxima semana, segundo ela, se a empresa entregar a documentação pendente e o contrato puder ser assinado. Caso contrário, haverá uma reunião para definir os próximos passos.
O processo de licitação foi aberto porque o convênio anterior foi encerrado. A demanda contratada é para um profissional de segurança em tempo integral nos turnos da manhã e da tarde e outro para vigilância noturna.
—Atendemos cerca de 80 pessoas todos os dias, muitas delas vindas de outras cidades, além de outros perfis. Um movimento como esse necessita de um profissional de segurança integral para a prestação do serviço. Estamos atendendo parcialmente, alguns serviços reorganizados, mas não estamos sem dar apoio a quem procura o local — explica Cristiane.
Sem acessar a estrutura, a oferta de espaço para higiene pessoal, como tomar banho e escovar os dentes, foi interrompida. Quem precisa desse tipo de serviço é orientado a procurar uma das três casas de passagem do município e que também são coordenadas pela FAS. O café da manhã segue sendo oferecido, entre 8h e 10h. Esse serviço é acompanhado por agentes da Guarda Municipal durante o período.
Cristiane reforça também que seguem os atendimentos para triagem e encaminhamento de pessoas em situação de rua para as casas de passagem do município. Ela garante que os espaços têm capacidade para absorver a demanda. Outros serviços que seguem sendo oferecidos na sede do Centro Pop Rua, mesmo que com atendimento do lado de fora, é o direcionamento para elaboração de documentos e auxílio a quem precisa de apoio do poder público para retornar ao local de origem.
Segundo um levantamento divulgado em abril pela FAS, Caxias do Sul tem cerca de 700 pessoas em situação de rua. Os auxílios do município a esse público começam pelo Centro Pop Rua, que direciona para as áreas competentes. Além da unidade, Caxias tem três casas de passagem, que operam 24 horas por dia durante o ano todo: a Carlos Miguel, a São Francisco de Assis e a Santa Dulce.
Para o inverno, a rede de apoio foi ampliada com 34 novas vagas, sendo 20 masculinas no Santa Dulce, oito masculinas na Casa Carlos Miguel e seis femininas na Casa São Francisco. Ao todo, com a ampliação, são 154 vagas para acolhimento.