Mais de 70 mil pessoas participaram do primeiro dia da 144ª Romaria de Caravaggio, nesta sexta-feira (26), e muitas tiveram problemas para retornar para casa. A maior reclamação era a espera na fila para compra e embarque nos ônibus, que girava em torno de duas horas. Além disso, o pagamento só podia ser feito em dinheiro e a falta de sinal de internet impossibilitava, por exemplo, chamar transporte por aplicativo.
O reitor do santuário, padre Ricardo Fontana, reconheceu os problemas e pediu desculpas. Em entrevista ao Gaúcha Hoje da Gaúcha Serra (ouça abaixo), ele destacou que por causa da grande movimentação, o sinal de internet enfraquece. O santuário, tentou, segundo ele, buscar soluções de forma antecipada, mas o custo era muito alto. A organização também fez apelos nesta sexta às autoridades:
— Na semana é muito calmo e nos finais de semana tem, em média, 20 mil pessoas. Neste ano, 300 mil eucaristias foram distribuídas. Tem o Caminhos de Caravaggio. Temos nas lojas maquininhas para pagar com cartão, mas se a pessoa vem com pix e não tem acesso à internet, fica limitado — ponderou o reitor.
Sobre o transporte, padre Ricardo destacou que a responsabilidade da linha entre Caravaggio e Bento é da Bento Transportes e, entre Caravaggio e Caxias, da Ozelame. Segundo ele, foram dadas sugestões como ônibus no estacionamento e pontos de venda durante o trajeto.
— Eu me solidarizo com as pessoas. Enfrentei essas filas, em 2005, e prometi que nunca mais iria no dia. A gente tem essa compreensão. Quarenta mil pessoas já tinham vindo até 10h30min, já estávamos com 50 mil pessoas para embarcar de volta depois da missa. O conjunto de peregrinos e fiéis tem que compreender, mas faltou agilidade, as dicas a gente tinha dado. Gosto da boa gestão e me preocupo com o bem-estar do peregrino, não só para ser acolhido, mas também para o retorno, porque eu passei na pele isso — destacou o reitor, pedindo desculpas aos romeiros.
O bispo diocesano dom José Gislon também lamentou, em entrevista ao Gaúcha Hoje, os problemas enfrentados pelos fiéis. Ele reconheceu as dificuldades de sinal não só de internet, mas de telefonia. Disse que a comunicação no Santuário e entorno é muito deficiente.
— Temos que dar resposta para melhor atender às pessoas. As filas são inevitáveis, mas isso não é desculpa para que tenham qualidade de serviço no que precisam, seja na compra de comida, de lembrança, de algo que precisa. Romeiro precisa ser bem atendido, já vem com os pés ardendo de uma longa caminhada e na hora de ser atendido não conta com comunicação ágil — disse Dom José.
De acordo com o bispo, as empresas prestadoras serão cobradas para oferecer serviços mais eficientes.
O que dizem as empresas de transporte:
Conforme o diretor da Ozelame, que responde também pela Bento Transportes, Julio Cesar Ozelame, as filas se deram devido à alta demanda de passageiros no início da tarde. Segundo ele, por volta de 16h, já não havia tanta procura. Para o próximo ano, o diretor pretende aumentar a divulgação da venda antecipada dos bilhetes e irá buscar soluções para oferecer outras formas de pagamento como a oferta por pix.