A nova Escola Municipal Laurindo Luiz Formolo não deve ser uma realidade para 2023. Isto porque, agora, a prefeitura de Caxias do Sul precisa, primeiramente, encontrar um novo terreno para, somente depois, reiniciar todo o processo de licitação e, posteriormente, a construção da estrutura. Em dezembro do ano passado, a Secretaria Municipal da Educação (Smed) anunciou que a área atual, no bairro São Ciro, não poderá abrigar a nova sede. A informação foi comunicada à direção e também à comunidade.
Conforme a Smed, a reutilização do terreno, que abrigou o antigo prédio por mais de 30 anos, esbarra em questões técnicas. Um dos problemas apontados é o acesso, que não se dá diretamente pela via pública, dependendo de uma concessão vizinha; o próprio terreno, onde existem restrições em relação aos índices construtivos permitidos e a necessidade de realização de contenções, em função da via e da ocupação de moradores.
— A primeira questão é a segurança. É um terreno no final de uma rua, que é um morro. Teríamos que fazer um muro de contenção para ficar mais seguro. Outra situação é que a entrada passa pelo terreno da igreja. Antigamente, até existia uma entrada pela BR (BR-116), mas é muito perigosa — detalha a secretária da Educação em exercício, Sandra Teresinha Kuhn.
Agora, a prefeitura busca uma nova área na mesma região. Segundo Sandra, um dos terrenos que apresentam melhores condições está localizado a cerca de um quilômetro da antiga sede, desativada em julho de 2021 e demolida meses depois. A Smed pontua que é preciso levar em consideração quesitos de infraestrutura, ambientais, hídricos e imobiliários. Este terreno vislumbrado apresenta vantagem por ser plano.
Com este novo "percalço" no caminho, o início das obras da Laurindo Formolo é cogitada para o fim do segundo semestre deste ano. A entrega da nova sede, entretanto, não é estimada, diante de toda a burocracia envolvida.
— A nossa intenção é sempre entregar o quanto antes, mas nunca sabemos como será — ressalta a secretária em exercício.
Enquanto a nova escola não sai do papel, os estudantes da Laurindo Formolo continuarão sendo atendidos nas instalações do antigo Colégio Mutirão, no bairro Nossa Senhora de Lourdes, com transporte oferecido pela prefeitura.
Diálogo tranquilizou a comunidade, segundo presidente da Amob
A situação enrolada envolvendo a Laurindo Formolo motivou uma manifestação da comunidade escolar em setembro do ano passado. À época, moradores, estudantes e equipe diretiva cobravam respostas sobre a construção da nova sede, aguardada há tempos.
Um encontro recente com representantes da Smed ajudou a tranquilizar a comunidade, conforme o presidente da Associação de Moradores do bairro (Amob) São Ciro, Pedro Stedile.
— A secretária (da Educação, Sandra Negrini) esteve na nossa assembleia com seu corpo técnico e fez uma explanação sobre o porquê aconteceu o atraso, quais passos foram dados e o que está sendo feito. Aí o pessoal ficou mais esperançoso — relata o líder comunitário.
Stedile acrescenta que também foi informado sobre a nova área vislumbrada pelo poder público, a qual é avaliada positivamente pelos moradores. Agora, a expectativa é para o tão esperado início das obras.
Segundo a prefeitura, a proposta levada à comunidade é de construção de uma escola com nove salas, em padrão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com capacidade para atender 500 estudantes e implantação gradativa – possivelmente até o 9º ano – desde a Educação Infantil até a conclusão do Fundamental.
Entenda
:: A precariedade da antiga sede da Laurindo Formolo foi tema de diversas reportagens nos últimos anos. Em 2019, por exemplo, a estrutura apresentava problemas graves no forro e no assoalho. À época, latas chegaram a ser usadas para cobrir buracos nas paredes e no chão.
:: Com a situação no limite, o prédio, entregue à comunidade em 1990, foi desativado em julho de 2021. Os cerca de 370 estudantes foram transferidos para as instalações do antigo Colégio Mutirão, no bairro Nossa Senhora de Lourdes.
:: Meses depois, a estrutura, que já não tinha possibilidade de reformas, foi demolida. O local era alvo de vandalismo e furto.
:: Quatro licitações para as obras da nova escola foram lançadas, mas nenhuma avançou.
:: Em setembro do ano passado, estudantes, professores, equipe diretiva e representantes do Círculo de Pais e Mestres (CPM) realizaram uma manifestação cobrando a prefeitura de Caxias do Sul sobre a construção da nova sede.
:: Agora, a informação mais recente divulgada pela Smed trata sobre a impossibilidade da utilização do antigo terreno por questões técnicas. A prefeitura, então, está em busca de uma nova área para, posteriormente, lançar outra licitação para construção do novo prédio. Não há data para início ou conclusão destas obras.