As castrações de animais deram motivo para um pedido de informação do Ministério Público (MP) à prefeitura de Caxias do Sul e também de uma manifestação, por Organizações Não Governamentais (ONGs), nesta sexta-feira (5) na praça Dante Alighieri. A mobilização, segundo a organização, buscou chamar a atenção da população quanto ao serviço, que está suspenso no município, e agora uma audiência pública deve ser realizada para debater a questão.
Segundo a promotora Janaína de Carli Santos, os questionamentos enviados à prefeitura são em relação à interrupção ou redução do serviço, os motivos e se há previsão de retorno das castrações. O pedido foi realizado no final de julho.
Além das castrações, outra pauta animal que está sob os cuidados da promotora é em relação aos constantes casos de maus-tratos registrados na cidade. Na quinta-feira (4), uma reunião entre o MP e o Executivo alinhou algumas questões e agora, de acordo com a promotora, uma nova reunião, entre todos os órgãos envolvidos, deverá ser realizada para acerto de procedimentos, ainda sem data prevista.
A presidente da Associação de Defesa Animal (ADA), Daniela Gomes, explica que em todo mês de junho houve castração, entretanto na última semana houve a suspensão por falta de verba.
— Mandaram um verba irrisória pra julho (R$ 25 mil). Como haviam pendências na clínica, pagou-se o débito e o restante apenas foi usado para castrar. Com o restante, deu pra castrar pouquíssimas fêmeas, pois acabou o empenho liberado para cadelas logo na primeira semana de julho. No restante do mês só houve castrações pra machos e alguns felinos, também em número bem reduzido. No momento nem machos nem fêmeas estão sendo chamados — pontua Daniela.
Manifestação nas ruas centrais
A mobilização liderada pelas ONGs de proteção animal concentrou-se na Praça Dante Alighieri no início da tarde e teve como destino final a prefeitura, onde os presentes o grupo foi recebido pelo chefe de gabinete, Cristiano Becker. Conforme a assessoria de comunicação do Executivo, o prefeito Adiló Didomenico estava cumprindo agenda em Guaporé e não tinha conhecimento da manifestação.
Uma das protetoras animais, Lizane Rocha, da ONG Sem Raça Definida, afirma que a situação em relação às castrações está insustentável e que o município precisa tomar uma atitude. Ela lembra que uma audiência pública está marcada para a próxima terça-feira (9), às 13h30min, na Câmara de Vereadores, para debater o tema.
— A gente está sem nenhuma castração. A promessa de governo é que seriam 8 mil castrações. A (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) Semma se recusa a recolher animais vítimas de atropelamentos, machucados em via pública ou vítimas de maus-tratos, e isso acabou sobrecarregando todos os protetores. Hoje, a gente tira o custo do nosso bolso para pagar castração e atendimento veterinário dos animais abandonados em via pública, então a gente precisa da volta das castrações, porque uma coisa leva a outra — defende.
Questionada sobre qual a atual situação das castrações no município — se estão suspensas ou reduzidas —, sobre o pedido de informações do MP e sobre a fala de Lizane mencionando recusa da Semma ao recolhimento, a prefeitura, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não irá se manifestar até que haja uma reunião com a pasta responsável.