Caxias do Sul sedia pela primeira vez um fórum voltado a debater o planejamento da arborização urbana. A cidade havia se candidatado ainda em 2019 para receber o Fórum Gaúcho de Arborização, que é itinerante e está na 13ª edição. Uma série de debates, palestras e oficinas multidisciplinares, em plataforma online e presencial, serão realizadas de 25 a 27 de agosto na cidade.
A finalidade do encontro é apontar diretrizes que poderão nortear o planejamento ambiental e urbano de diversos municípios do Estado nos próximos anos. O município tem duas demandas para apresentar no encontro: a implantação de um viveiro para produção de mudas arbóreas previsto no Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU) lançado em 2020 e incentivar a comunidade a solicitar autorização para podas de árvores em frente às moradias.
— Temos o Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU) e trabalhamos muito a questão do planejamento, de plantar a espécie adequada e de diversificar a arborização. Estamos na Mata Atlântica e temos uma diversidade de espécie muito grande, mas temos dificuldades em encontrar mudas, principalmente, nativas e de um porte adequado para usar na arborização. São aquelas mudas que já usamos de dois metros de altura para plantio nas calçadas — explica a gerente técnica do setor de Parques, Praças e Jardins (PPJ) da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a bióloga Morgana Rech.
Ela destaca que a ideia é chamar a atenção de quem tem viveiros privados e também começar a produção em um viveiro próprio, considerando as características de porte, crescimento da copa, floração, fortificação e posição solar.
— Temos hoje o Horto Municipal em Ana Rech, que já faz a produção das mudas de flores que usamos no paisagismo na cidade. Existe um projeto para transferir o horto, fisicamente, para o Jardim Botânico. Esse projeto está aprovado, mas essa mudança depende de verba e não temos uma previsão de quando ele será transferido. Independente de ser transferido agora ou não, depois do evento vamos dar o pontapé inicial na produção de muda de árvores. Vamos ter duas palestras bacanas sobre a produção de mudas, uma de um viveiro público e outro de particular para qualificar nossos servidores e também os viveiristas particulares. Esse início da produção será um marco para qualificar a nossa arborização.
A outra demanda, segundo a bióloga, é incentivar a comunidade para que fique responsável pela poda de árvores em frente às moradias. Isso é possível desde 2018, mediante autorização da Semma.
— A população não solicita essa autorização pela falta de profissionais qualificados no mercado para realizar esse procedimento. Queremos trazer qualificação para empresas e profissionais que trabalhem com manejo com poda, e também com corte, tanto para área publica quanto privada.
Especialistas vão discutir arborização
O evento reúne biólogos, agrônomos, pesquisadores, professores, arquitetos, urbanistas, dirigentes de organizações comunitárias e não governamentais, agentes públicos e técnicos. Um dos destaques da programação, para o público em geral, será o Arborshow, no Parque Getúlio Vargas (Macaquinhos) e com transmissão ao vivo pela internet, dias 26 (à tarde) e 27 (pela manhã).
Estão programadas oficinas, sendo que a participação depende de inscrição prévia e da disponibilidade de vagas. Entre elas, há técnicas de poda, uso de motosserra e triturador com segurança e ancoragem e escalada com corda simples e dupla. Quem passar pelo local poderá conferir uma competição de especialidades no manejo de árvores, como lançamento de linha e resgate aéreo.
— Será uma bela oportunidade para a população conhecer um pouco do nosso trabalho, dos riscos e da perícia envolvidos, que muitas vezes, passam despercebidos no dia a dia. E também para perceber como é importante que este tipo de serviço seja realizado por pessoas altamente qualificadas, com o equipamento correto e as condições adequadas — ressalta Morgana Rech.
O evento também terá atividades no Teatro Municipal Pedro Parenti, na Casa da Cultura. Para participar do encontro é preciso se inscrever no link even3.com.br/fga2022.
