Os hospitais Virvi Ramos, Geral e Pompéia de Caxias do Sul se cadastraram no Programa Cirurgia+ do governo estadual, que pretende desafogar as listas de espera de consultas, exames e cirurgias em sete especialidades, sendo elas a traumatologia, cirurgia geral, cirurgia vascular, otorrinolaringologia, oftalmologia, ginecologia e urologia. O programa foi lançado no início de dezembro do ano passado e os cadastros das instituições gaúchas podiam ser confirmadas até a sexta-feira da semana passada.
O Cirurgia+ tem expectativa de gerar 200 mil novos atendimentos em todo o Estado, com investimento total de R$ 85 milhões. Em Caxias, segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), há uma fila de mais de 6,4 mil pessoas que aguardam por procedimentos não urgentes na cidade.
Um destes pacientes que estão na espera para resolver um problema de saúde é a estudante Camila Cristina Wagner, 9 anos. A mãe dela, Andreza Cristina Pigatto, conta que, há quatro anos, a menina vem sofrendo com complicações relacionadas à adenoide e as amígdalas. Embora a situação piore no inverno, em todas as estações os sintomas são sentidos, principalmente, à noite.
— Ela está sempre com a garganta inflamada. Dorme com a boca aberta, porque não consegue respirar pelo nariz. É bem complicado, porque ela não dorme, não descansa. E, além de tudo isso, ela tem apneia do sono. O médico me falou que se ela fosse operada, ajudaria na apneia também — relata a mãe.
Andreza conta que a última consulta da filha ocorreu há cerca de um ano e só foi informada pelo médico que a menina "continuava na lista", mesmo que a solicitação do profissional fosse por um procedimento urgente. Enquanto isso, mesmo com o pedido de agilidade na viabilização da operação, a condição da menina vem afetando até o rendimento escolar dela.
— No colégio, eu levei um atestado porque chegava na hora da Educação Física, ela perdia o fôlego. Ela não conseguia correr, porque o nariz tranca. É um sofrimento — diz Andreza, que mora na Capela Santo Homo Bom.
Hospitais terão prazo de 12 meses para realizar procedimentos
Os hospitais ainda aguardam orientação da Secretaria Estadual da Saúde (SES) para dar início aos procedimentos do Programa Cirurgia+. Contudo, o que já se sabe, conforme a portaria publicada pela pasta em dezembro do ano passado, é que as instituições terão prazo de 12 meses para executarem o que foi acordado.
O Hospital Virvi Ramos, informou, via assessoria, que poderá contemplar, ao todo, 1.212 procedimentos, sendo a maior parte deles (600), na especialidade de oftalmologia. Também há oferta de cirurgias gerais, ortopédicas e na área de otorrinolaringologia (240). Já o Hospital Pompéia prevê, a partir da adesão do programa estadual, a oferta de 48 cirurgias de ressecção endoscópica de próstata e 60 vasectomias.
O Hospital Geral (HG), por sua vez, prospecta a realização de 92 procedimentos mensais ao longo de 12 meses, o que dará, no total, 1.104 cirurgias.
— Vamos fazer aquilo que é possível pela falta de espaço físico, tanto de bloco cirúrgico, como de leitos de enfermaria cirúrgica. Encaminhamos, então, em três áreas básicas: vascular, porte geral e ginecologia e urologia — explica Sandro Junqueira, diretor-geral do HG, reforçando que os atendimentos que serão prestados não são apenas para moradores de Caxias, como também para toda a área de abrangência da instituição na Serra.