Altas temperaturas são registradas em todo o Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (13). Em Caxias do Sul, por volta de meio-dia, o termômetro da Praça Dante Alighieri marcava 33°C. A reportagem acompanhou a movimentação do final da manhã na área central da cidade e as principais "armas" para combater o calorão foram identificadas: sombra e sorvete. Água fresca também é alternativa — indispensável, diga-se de passagem — mas é nos bancos instalados sob as árvores e no doce gelado, de cascão ou casquinha, que muitos caxienses têm encontrado alívio.
— A gente veio para o Centro fazer compras e resolvemos parar para tomar sorvete por causa desse calorão. É tradicional já fazermos isso e hoje não tinha como ficar sem — afirmou Juliana da Costa Macedo, 31 anos, que garantiu um cascão junto de Erick da Silva, 34, em um tradicional ponto de comercialização de sorvetes da Avenida Júlio de Castilhos, logo em frente à Praça Dante.
Recém contratada como auxiliar de produção, ela aproveitava uma das últimas manhãs livres antes de começar a trabalhar enquanto Erick, que trabalha em uma sorveteria, estava no horário de folga.
— Tomo sorvete aqui, depois tomo sorvete lá de novo, não tem problema — brincou.
Para o sorveteiro Gerson Nascimento dos Santos, 27, as altas temperaturas não são de assustar. Isso porque, além de ser o "guardião" das famigeradas máquinas de sorvete italiano, ele também é baiano e diz ser acostumado com o calor.
— Moro aqui há mais de 10 anos, e no verão, às vezes é até mais quente que lá porque não tem aquela brisa boa do mar — relatou Santos, enquanto servia alguns sorvetes.
— O pessoal toma sorvete o ano inteiro, mas nesses últimos dias tem bastante movimento e hoje à tarde deve aumentar ainda mais — projetou o sorveteiro, no finalzinho da manhã.
"O próprio homem está se destruindo"
Circulando pelas áreas de sombra da Praça, o músico de rua Alcindo Henrique De Goes, 52, estava prestes a encerrar o turno por volta de meio-dia em função do calor. Ao ser questionado sobre as altas temperaturas pela reportagem, ele levantou a falta de cuidado do ser humano com o meio ambiente, algo que, segundo especialistas, influencia diretamente na situação climática do planeta.
— O próprio homem está destruindo a natureza e, assim, se destruindo. Se a gente não cuidar, a situação vai ficando sempre pior — disse o músico, que mora no bairro São José e costuma tocar na área central da cidade.
Munido com o violão e uma garrafinha d'água, ele diz procurar se manter na sombra já que sente o sol mais forte e "queimando mais" nos últimos dias. Diz que costumava tocar até o final do dia mas que, agora, não está mais tocando durante as tardes.
— Preciso me cuidar porque já tive pressão alta e, até mesmo para tocar é mais cansativo e ficamos ainda mais vulneráveis à covid-19 — comentou.