Vestidos com camisetas com os dizeres "A saúde da criança e adolescente é prioridade", oito conselheiros tutelares de Caxias do Sul estiveram na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) na manhã dessa quinta-feira (2). Eles representam as regiões Sul e Norte e se uniram para reivindicar mudanças no fluxo de atendimentos de crianças e adolescentes que são encaminhadas para as unidades básicas de saúde (UBSs). Os conselheiros foram recebidos pela secretária Daniele Meneguzzi e por diretores da SMS. Como o encontro não estava agendado, a conversa foi rápida e uma nova reunião foi agendada para o dia 7. Depois desse encontro, a secretaria se manifestará sobre o assunto.
Participaram Wagner Ricardo Padilha, Cassiano Fontana, Maurício Abel, Josué Oruam, Karine Gama, Evandra Pelin, Marjorie Sasset e Daiane Cruz, que falou em nome do grupo. Os conselheiros contam que a demanda é antiga, mas como aguardavam cerca de 50 dias por um retorno SMS sobre uma agenda para tratar da questão decidiram procurar a secretaria nessa manhã.
— Há algum tempo, desde os governos anteriores, temos tentado desburocratizar o acesso aos atendimentos da política de saúde. Nós precisamos estabelecer um fluxo para isso, a gente precisa ter retorno se as crianças e adolescentes que encaminhamos foram atendidas ou não, ter contato direto com as UBSs porque trabalhamos com as violações de direito, e infelizmente, são coisas que não estamos conseguindo ter. É uma ficha de referência e contra referência que a gente chama, mas não temos esse retorno — explica Daiane.
Ela esclarece que os retornos são por e-mail e não têm a efetividade ou a rapidez necessária.
— Ligamos para a UBS para saber se a criança teve atendimento, por exemplo, em um caso de abuso sexual, e a gente só consegue esse contato por e-mail. Às vezes a resposta não vem ou vem cinco ou seis dias depois. Como vamos trabalhar questão de abuso sexual cinco ou seis dias depois? — questiona ela.
Daiane ressalta ainda que todos os conselheiros tem o entendimento de que é preciso estabelecer um vínculo direto com quem atua nos postos de saúde:
— Não precisa de verba pública, mas de boa vontade, de diálogo, sentar e alinhar esses retornos. Precisamos construir esse fluxo e não deixar essa família escapar pela rede de proteção. A gente precisa ter o retorno dos serviços de saúde, com contato direto, não por e-mail — reitera.
Outro ponto que será abordado na reunião é a fila de espera na saúde mental, uma vez que aumentou a demanda de atendimentos devido à pandemia.