A prefeitura de Caxias do Sul divulgou no final da tarde desta quinta-feira (23), um primeiro levantamento das consequências econômicas por conta do forte temporal da última segunda-feira (20), nos distritos de Vila Oliva e Santa Lúcia do Piaí. Em aproximadamente 50 propriedades o prejuízo contabilizado é de R$46,8 milhões. Nos próximos dias, a prefeitura promete um novo boletim ainda mais apurado.
Os dados, que ainda não são definitivos, foram apresentados durante a reunião do grupo de secretários responsável por levantar os danos do temporal e dar encaminhamento à elaboração do decreto de emergência. Conforme a prefeitura, no que tange as culturas, os danos superam os R$ 44,7 milhões e, em estruturas, como telas antigranizo, estufas e galpões, dentre outras, é de R$ 2,1 milhões.
A apuração da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Smapa), em conjunto com o escritório municipal da Emater, demonstra que os maiores prejuízos nas safras se concentram em Vila Oliva, girando em torno de R$ 41 milhões, seguido de Santa Lúcia, com R$ 3,7 milhões. A maior parte das perdas estruturais também está concentrada em Vila Oliva, com quase R$ 1,7 milhão. Em Santa Lúcia, chegou a pouco mais de R$ 450 mil.
Todos os dados apresentados nesse levantamento servirão para a elaboração do decreto de emergência, que tem prazo de 10 dias a contar do evento, para sua publicação. A apuração será encaminhada, antes, para homologação pelo governo do Estado e reconhecimento pela União. Na reunião desta quinta, o coronel Sandro, da Defesa Civil do Estado, subsidiou o grupo com informações para encaminhamento de relatórios.
Prejuízos podem ser ainda mais significativos
O secretário Rudimar Menegotto reconhece que os prejuízos podem ser ainda mais significativos, porque os danos prejudicarão as safras futuras, especialmente a do próximo ano. Além disto, os técnicos devem concluir na sexta-feira (24), o levantamento em outras 30 propriedades em Vila Oliva, Santa Lúcia e, também, em Galópolis, que teve registros de danos na 2ª e 4ª Léguas. Segundo Menegotto, em várias propriedades as perdas chegaram a 100% nesses locais.
Maçã foi a mais atingida
Dentre as plantações, a mais prejudicada é a maçã, com perdas de quase R$ 24,5 milhões em produtos e R$ 280 mil em estruturas. Outras culturas com valores expressivos foram a ameixa, com R$ 5,3 milhões; caqui, R$ 4,5 milhões; pêssego, R$ 4,2 milhões; morango, R$ 2 milhões; e pera, R$ 1,7 milhão. Foram computadas perdas em 23 culturas, dentre frutas, verduras, legumes, pastagens e árvores.
117 casas afetadas pelo temporal
A partir do levantamento das secretarias de Obras e Habitação e da Fundação de Assistência Social (FAS), foram identificadas 424 pessoas e 117 casas afetadas pelo temporal. Apenas uma família foi desalojada e nenhuma precisou de abrigamento pelo poder público. Para a recuperação da infraestrutura pública, o valor a ser investido pela secretaria de Obras é da ordem de R$ 160 mil. A secretaria da Habitação concluirá sua estimativa nesta sexta a partir de novos contatos com moradores das regiões afetadas. A FAS aplicou em torno de R$ 5 mil em pessoal, deslocamentos e doação de cestas básica, além de prestar atendimento psicossocial.
Ginásio de escola com dano estrutural
Os 220 estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Lúcia seguirão, por tempo indeterminado, assistindo aulas por meio virtual. Laudo elaborado por técnicos da Secretaria Municipal da Educação indicou a necessidade de interdição das salas de aula de educação infantil e ensino fundamental, e do ginásio de esportes. O diagnóstico sugere a retirada emergencial da parede e da viga do ginásio, danificadas com o temporal, e a reconstrução de novo vínculo e forma de apoio. O investimento orçado para a obra é de R$ 100 mil a RR 120 mil.