Uma mulher de 63 anos, moradora do Lar São Francisco, em Veranópolis, está hospitalizada com covid-19. Além disso, a diretora da instituição está afastada cumprindo isolamento domiciliar após também testar positivo para a doença. O caso chama a atenção por conta de outro lar de idosos na cidade ter registrado um surto, mas a prefeitura do município informa que não há contágio interno no espaço São Francisco.
Segundo o prefeito de Veranópolis, Waldemar de Carli, a paciente positivada ficou internada no Hospital São Peregrino Lazziozi por cerca de 20 dias por complicações relacionadas à diabetes. No retorno para casa, na última sexta-feira (18), ela apresentou sintomas de coronavírus. Com o teste confirmado, ela retornou ao hospital, onde permanece.
— As pessoas que estiveram com ela foram testadas e todas negativaram — afirma o prefeito.
Já a diretora da instituição, Marli Zanini, teria contraído o vírus fora do asilo, segundo o prefeito. Ela positivou no último dia 9 e não retornou mais à instituição. Questionado sobre funcionários terem se contagiado, De Carli afirma que "uma a duas colaboradoras" também testaram positivo no início do mês e que foram afastadas. Elas já estariam perto da data de retorno ao trabalho e passam bem.
— Estamos numa situação delicada, há um aumento expressivo de casos. Para nós, está pior do que em março. Mas a situação no Lar São Francisco está tranquila e controlada. Já na Longevo, há uma ocorrência judicial em andamento porque achamos que eles descumpriram os protocolos — disse.
O responsável técnico da clínica particular Longevo, Elisandro Greff, responde que o "protocolo é respeitado e que sempre prezou pela transparência". Na semana passada, Greff confirmou que 16 pacientes testaram positivo para a doença — todos assintomáticos — e que uma idosa de 86 anos morreu no dia 13, mas que possuía outras doenças.
O Lar São Francisco foi notificado pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RS) no ano passado. Segundo a assessoria do órgão, uma irregularidade constatada foi a falta de um enfermeiro que fique 24 horas na instituição. Sobre o assunto, a reportagem não obteve uma resposta oficial. Segundo o prefeito, exigências que são feitas por órgãos como o Coren são impraticáveis. A reportagem não conseguiu contato com os responsáveis diretos da casa. De acordo com o Coren, o próximo passo será entrar com uma ação judicial.
O Lar São Francisco é mantido por uma entidade filantrópica. Há vagas particulares e também dos SUS. Doze espaços são pagos pela prefeitura. O Lar e a Clínica Longevo são as únicas casas de longa permanência para idosos em operação na cidade. Os pacientes dos dois locais têm esquemas vacinais contra a covid-19 completos.