Está em fase bem avançada a implantação do primeiro Centro de Estudos Ufológicos (CEU) da Serra Gaúcha, localizado em Garibaldi. O CEU funcionará junto ao prédio do aeroclube da cidade, no bairro Alfândega, em uma sala própria. A ideia dos idealizadores é que o espaço comporte uma biblioteca e seja utilizado para vigílias, além de reuniões e cursos sobre o assunto — estas duas últimas ações, no entanto, dependem do andamento da pandemia e da liberação de atividades em grupo. A intenção é que entusiastas da ufologia da região tenham um espaço adequado para compartilhar e documentar relatos sobre luzes, objetos não identificados no céu e tantas outros fenômenos que cercam este campo de estudos.
O local, segundo o presidente do aeroclube, Artur Sartori Habercamp, é muito apropriado para a implantação do Centro de Estudos Ufológicos, pois é alto, aberto e não tem a interferência das luzes da cidade. Ele conta que a ideia surgiu após conversas com pilotos e associados da entidade que já presenciaram avistamentos durante seus voos.
— Um associado colocou um relato e algumas pessoas ficaram fazendo chacota, algo normal para o tema. Eu chamei ele no particular e começamos a desenvolver e falar sobre. Daí fomos criando um grupo com o objetivo de nos encontrarmos, porém, a pandemia não proporcionou esta oportunidade ainda. Nós temos muitos relatos de avistamentos, casos de contatos diretos, principalmente, no interior nos anos de 1950 e 1970. Acredito que já tivemos muitos fenômenos — explica Artur.
O presidente do aeroclube conta que a ideia foi ainda mais amadurecida depois que ele foi passar o verão no litoral e conheceu o trabalho desenvolvido no Centro de Estudos Ufológicos do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, localizado em Cidreira e inaugurado em outubro do ano passado.
— Conversei com o Daniel (Christian de Souza, um dos idealizadores do CEU de Cidreira), conheci o projeto, me identifiquei muito com ele, com a visão, não só ufológica, mas da nossa história em si e aí decidimos trazer para cá. A data de inauguração ainda está indefinida por causa da pandemia. Atualmente, estamos mobiliando a sala, através de doações e com recursos dos próprios entusiastas. Nossa missão é trazer conhecimento, dentro das nossas possibilidades, seja astronômico, seja ufológico — detalha.
As instalações do CEU Serra Gaúcha ocuparão o terceiro andar e o terraço do aeroclube, o que permite um bom ambiente para futuras captações de imagens do céu e de possíveis fenômenos que serão estudados pelo grupo.
— Queremos trazer turistas para as regiões, criar palestras nos períodos de baixa temporada, auxiliar no turismo também. Queremos ser o local onde a pessoa possa vir e contar suas experiências, sem ser ridicularizada — finaliza o presidente do aeroclube.
Projeto é inspirado em centro de estudos do Litoral Norte
O Centro de Estudos Ufológicos (CEU) da Serra Gaúcha, localizado em Garibaldi, servirá como uma extensão do projeto que já é realizado no litoral desde outubro do ano passado. Implantado dentro da área do Lagoa Country Club, em Cidreira, o Centro de Estudos Ufológicos do Litoral Norte do Rio Grande do Sul foi criado logo após uma série de avistamentos nos céus da região em junho do ano passado.
— Já tinha passado da hora de ter um centro de ufologia aqui. Ao mesmo tempo, cresceu no mundo todo o debate sobre a existência desses fenômenos. A tendência agora é que o assunto ganhe uma relevância muito maior, ainda mais com a extensão para a Serra gaúcha, que é uma região muito rica de histórias — diz o escritor e músico Daniel Christian de Souza, idealizador do CEU de Cidreira e que estuda estes fenômenos há mais de duas décadas.
Souza conta que a partir da implantação do centro de estudos do litoral, começaram a surgir novos relatos de moradores, que são discutidos e avaliados pelos integrantes do grupo.
— Um centro de ufologia é um local que reúne pessoas que entendem e pessoas que querem entender sobre o assunto. Assim, vamos unir esses conhecimentos para chegar a uma explicação mais plausível possível sobre estes fenômenos. Mas cada centro tem suas metodologias. Nosso caso é mais científico. Inclusive, enviamos nossos materiais para peritos que estão espalhados pelo país para analisar imagens e tudo mais. A intenção, agora, é formarmos nossos peritos para que sejamos autônomos nas nossas investigações — explica o idealizador.
O desejo em um futuro próximo, segundo Souza, é adquirir materiais como drones, câmeras, lunetas e telescópios para ter a melhor qualidade de imagem que será analisada pelos peritos.
— O grande segredo da ufologia, para mim, é que o fenômeno nos pega de surpresa. Por isso, as imagens são ruins ou se perde muita coisa. Então queremos ter todo o material possível, sim, e estarmos preparados. Até câmeras gravando 24 horas, por que não? — avalia o pesquisador.