Desde o início de abril, a UTI 4 do Hospital Virvi Ramos, que atende exclusivamente pacientes positivados para covid-19 em Caxias do Sul, conta com um aparelho que pode reforçar a segurança das equipes que atuam no local. Trata-se de um equipamento de desinfecção de ar, cedido para um período de testes, que deverá durar dois meses. O hospital caxiense foi o primeiro do Rio Grande do Sul a aderir ao aparelho desenvolvido pela BioLambda, empresa com sede em São Paulo.
O equipamento móvel é ligado à rede elétrica, 24 horas por dia, e funciona sugando o ar ambiente por meio de um filtro G4. Depois, o ar trafega por dois segundos em uma câmara espelhada contendo lâmpadas de baixa pressão de vapor de mercúrio e geradoras de alta potência de luz Ultravioleta-C, para então ser devolvido ao ambiente, já purificado. O chamado UV Air 250 elimina até 99,9% dos vírus, bactérias, fungos e parasitas presentes no ambiente.
— Temos oito leitos com pacientes diagnosticados para covid-19. Esse equipamento pode amenizar o risco das equipes que atuam aqui. Todos continuam usando os EPIs (equipamentos de proteção individual), isso não muda, mas a carga viral fica reduzida — afirma a enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Virvi Ramos, Viviane Piccoli Calgaro.
Segundo ela, ao longo do período de teste a incidência de contaminação registrada nos profissionais que atuam na UTI será monitorada e informada à empresa. O hospital afirma que, desde que foi instalado o equipamento, não houve nenhum caso.
— Depois do teste vamos avaliar com a direção e com os fornecedores se o equipamento será adquirido, podendo também ser instalado em outros setores e alas do hospital — comenta a enfermeira.
A cedência do equipamento ao Virvi integra o Projeto Renovar Hospitais, realizado pela BioLambda diante do quadro de saúde pública dos hospitais brasileiros. Representante na região, o consultor-técnico Adelfo Pinto Neto, afirma que a empresa arrecada doações para entregar os purificadores de ar germicida para hospitais que atendem pelo SUS. A campanha não tem fins lucrativos e os equipamentos são fabricados a preço de custo.
— Hoje, para inativar o vírus nas salas são usados produtos químicos, mas essa tecnologia ultravioleta, que vem sendo estudada há anos, vem se mostrando muito eficaz em equipamentos desenvolvidos durante a pandemia — observa o representante.
De acordo com ele, outros hospitais gaúchos também foram procurados mas, até o momento, nenhum demonstrou interesse em aderir ao formato.