Não adianta: é já na infância, na maioria das vezes, que sonhamos com a profissão que vamos exercer no futuro, né? E não são poucas as crianças que desejam vestir uma farda e ser policial. Neste 21 de abril, dia do policial militar e civil, confira algumas histórias dos pequenos que sonham em fazer parte da corporação no futuro.
A criação do Dia da Polícia Militar e Polícia Civil é uma homenagem à figura de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Expoente da Inconfidência Mineira, ele também é conhecido como o patrono das polícias brasileiras. Isso ocorreu porque, entre suas diversas profissões, como dentista, também foi alferes, antigo posto militar. Por esse motivo, as celebrações ocorrem na mesma data.
Nessa oportunidade de comemorar a profissão, o Major Luis Fernando Becker, comandante do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas de Bento Gonçalves, ressalta a importância em receber o carinho das crianças que os admiram.
—Muitas vezes no policiamento ostensivo, quando estamos transitando pela cidade, cuidando atitudes suspeitas e buscando ter atenção a um possível delito que possa ocorrer, surge uma criança dentro de um veículo com um sorriso no rosto e um sinal de positivo. Com isso, percebemos que vale a pena todo o risco que o policial passa para garantir a segurança da população, por esses momentos em que uma criança acaba despertando o melhor de cada um de nós.
Um dos que ama a profissão é Stevan Salvagni Soligo, de quatro anos. Ele é apaixonado pelos "tios polícia", como chama os policiais. O morador do bairro Ouro Verde de Bento Gonçalves começou a se encantar pelo trabalho dos policiais assim que viu, pela primeira vez, as luzes das viaturas. Stevan, que mora com a mãe, Sônia Salvagni Soligo, e com o pai, Tiago Soligo, já visitou o batalhão da cidade duas vezes e, na segunda, vestido com um traje de policial, entregou aos profissionais quadrinhos com fotos da primeira vez em que esteve lá.
— Quando passamos pelos policiais no Centro, ele quer levar um lanche para eles sempre — conta a mãe.
Em poucas palavras, o pequeno resume sua admiração pelos policiais:
— Eles me ensinam a fazer as coisas certas. Tem que ter respeito e educação com eles. Eles cuidam das pessoas.
Um ensaio fotográfico inesquecível
Juan Henri Santilhano Kovaski, seis anos, acompanha os pais nos jogos do Grêmio, em Porto Alegre, desde pequeno. A cada ida ao estádio, a mãe, Fabiane Selau Santilhano, conta que o filho sempre fica admirando os policiais que cuidam da segurança dos jogos. No começo, segundo ela, Juan tinha um pouco de receio de chegar perto deles, mas o medo foi passando aos poucos.
— Como na família do avô dele tem um sargento, essa curiosidade do Juan foi aumentando e ele sempre faz muitas perguntas sobre o trabalho da corporação. Temos um vizinho policial também. Então, ele tem muito contato — afirma Fabiane.
Juan mora no bairro Serrano, em Caxias, com a mãe e o padrasto Alef Selvi e, no final do ano passado, quando os padrinhos pediram o que ele queria de presente de Natal, não pensou duas vezes: pediu uma roupa de policial.
— Foi uma emoção muito grande para nós e para ele quando recebeu e vestiu pela primeira vez aquela farda — lembra a mãe.
Por conta da pandemia, não foi possível fazer a festa de aniversário de aniversário de Juan este ano com amigos e familiares. Por isso, a família resolveu fazer um ensaio fotográfico no Batalhão de Caxias do Sul para comemorar a data com o pequeno.
— As paixões do Juan se dividem entre futebol e a Brigada Militar. Esse dia foi mágico, sempre vamos fazer o possível para ele conseguir realizar os seus sonhos — diz.
Os olhos de Juan brilham ao lembrar do dia do ensaio no Batalhão:
— Foi legal. Eu vi vários policiais, viaturas e armas. Eu gosto deles porque eles salvam vidas e nos protegem.
Visita especial
Mesmo com pouca idade, Murilo Fonseca Espíndula, seis anos, já enfrentou inúmeras lutas contra um tumor cerebral. Desde que nasceu, o morador de Ana Rech, em Caxias, já ficou 10 meses internado e hoje segue em acompanhamento. As batalhas pela saúde ganham força com a paixão pela profissão de policial militar.
Para fazer uma surpresa para o filho, a mãe, Grasiela Fonseca, entrou em contato com a Brigada Militar de Caxias do Sul para ver se os policiais poderiam visitar o pequeno em casa. Eles não só foram como levaram cartas e um presente muito especial: uma farda. No dia da visita, até o cão policial Conan foi ver Murilo. Os policiais seguiram em contato com a família e até auxiliaram em uma campanha em prol da compra de um andador para o menino. Além da mãe, ele mora com os irmãos Taliula e Igor e com os pai Márcio Espíndula.
— Eu gosto dos policiais e quero ser um para proteger as pessoas — diz o pequeno.
Presente inesquecível
Uma das diversões de Felipe Gomes da Silva, seis, morador de Nova Petrópolis, é abanar para os policiais da janela de casa, no bairro Vila Germânica, todos os dias. Sabendo da paixão do menino pela corporação, policiais, um dia depois do aniversário de seis anos do menino, no dia 7 de abril, fizeram uma surpresa para ele. Foram até a frente da residência buscar o garoto e o levaram para conhecer o quartel. Felipe foi presenteado com uma réplica da viatura utilizada no município, mesmo modelo e numeração, que inclusive acende as luzes.
Conforme a mãe e o pai, Natalino e Leonilda Gomes da Silva, desde que Felipe começou a falar ele diz que quer ser policial.
Como é sentir o reconhecimento
O policial Tabajara Barbosa, que atua em Bento Gonçalves, afirma nesta data comemorativa que a profissão policial militar é, sem dúvida, diferente das demais, pois o trabalho é em prol da segurança e, muitas vezes, as próprias vidas são colocadas em risco. Justamente por isso, existem muitos momentos de reconhecimento que esses profissionais. Barbosa recorda de muitos deles.
— Sou instrutor do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) e, no ano de 2019, conheci durante as aulas o Tiago Antunes Maciel, o qual é autista. Aquilo marcou muito a minha vida. Inclusive, fui convidado e sou seu padrinho de crisma. Seu sonho é ser policial militar e o carinho que tenho por ele é algo indescritível — diz o policial.
Conforme Barbosa, durante o turno de serviço, muitas crianças têm pedido para receber um abraço e tirar fotos, algo que sempre aceita com presteza e alegria.
— Ao longo desses 16 anos de profissão, conheci crianças incríveis. Algumas, inclusive, hoje são meus colegas de farda. Não posso deixar de citar aqui meu “pequeno amigo” Stevan Soligo, o qual carinhosamente me chama de “tio Babosa”. O seu carinho, simpatia e alegria contagia a todos por onde passa. Receber o carinho e a admiração das crianças é sinal de que estamos no caminho certo e que vamos sempre batalhar por uma sociedade justa, digna e mais segura para todos.
A soldado Cristiane Cardoso, que atua em Gramado, afirma que é uma grande alegria ver que a profissão ainda é admirada, principalmente nas crianças.
— Quando eu era pequena, sempre admirei meu pai por ser policial militar. Fui criada nesse ambiente. Muitas vezes ele me levava para o quartel, o que me deixava deslumbrada. Todas as profissões são importantes, mas existem algumas em que é preciso que se tenha respeito, como o professor, o policial, entre tantas outras. É necessário cultivar este sentimento, pois precisamos que, no futuro, tenhamos policiais comprometidos com a sociedade — destaca.