Convocada pelas redes sociais, a manifestação contra a proibição das aulas presenciais na Educação Infantil e nos primeiros anos do Ensino Fundamental em frente ao Forum de Caxias do Sul teve grande adesão nesta segunda-feira (26). Veículos trancaram a rua Doutor Montaury, entre a Antônio Prado e a Sarmento Leite, entre 18h e 19h. Quem acessou a via para outros destinos acabou encarando um grande congestionamento.
A maior parte dos manifestantes ficou nos carros, fazendo buzinaço. Outros tomaram as calçadas com faixas pedindo a liberação das aulas presenciais, o fim da briga entre os poderes, pedidos por mais vacinas e dizendo "Lugar de criança é na escola".
A arquiteta Isabela Rech Schumacher participou da manifestação. Ela tem dois filhos, com 10 e 15 anos, e acredita que se o governo levantar a salvaguarda da pressão sobre o sistema de saúde, que mede a ocupação dos leitos de UTI e que está mantendo o Rio Grande do Sul em bandeira preta, poderia liberar as aulas até para as crianças maiores.
— Eu sou mãe e acompanho a frustração e angústia deles para regressar à escola. A gente vê que cada etapa é muito importante para uma criança e já estamos com mais de 400 dias das escolas sem aula. Esse período é irrecuperável. Se ficarmos mais um ano fechado é muito tempo, são muitas habilidades perdidas, emocional e físico são afetados. A gente não pode ficar calado diante de um direito constitucional que é a educação — ressalta ela, que complementa:
— A educação só é plena quando é presencial. As aulas online foram importantes, mas quatro horas em frente ao computador, para quem tem esse acesso, é muito tempo e já estão gerando muitas queixas.
O protesto foi organizado para as 18h, horário em que estava marcado o início do julgamento da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul sobre o recurso do governo do Estado pedindo a liberação para retomada das aulas presenciais. As atividades estão proibidas desde o dia 28 de fevereiro, após a justiça acatar uma ação movida pela Associação Pais e Mães pela Democracia e o Cpers/Sindicato proibindo aulas presenciais durante a vigência da bandeira preta.