O primeiro dia útil com as regras da bandeira preta mostrou uma nova realidade nas ruas de Caxias. A circulação de pessoas estava longe do normal, mas as ruas não estavam vazias, como era esperado.
Mesmo com o fechamento do comércio não essencial, o cenário no centro da cidade por volta das 9h desta segunda-feira (1) era de pessoas circulando tanto a pé quanto de carro. O maior diferença se percebia na Avenida Júlio de Castilhos, onde era possível caminhar tranquilamente, sem necessidade de desviar de outros pedestres, como é comum especialmente em início de mês. Apesar disso, as ruas em nada lembravam as primeiras semanas das medidas de restrição, há quase um ano, quando praticamente ninguém circulava. No trânsito, o movimento nesta segunda era visivelmente menor em relação ao normal, mas não destoava tanto em relação à semana passada na área central.
Diante dessa tentativa de reduzir os números da pandemia, o cenário no Centro era de lojas fechadas e somente estabelecimentos considerados essenciais abertos. Ainda assim, quem recebe clientes tem percebido queda de até 80% no movimento. É o caso de Cristiane Longhi, 40 anos, gerente de uma franquia de uma operadora de telefonia. Ela afirma que está autorizada a funcionar por oferecer suporte a reparos de aparelhos e emissão de boletos, serviços que a maior parte das lojas do tipo não oferece.
— Em um dia como hoje, dia 1º em uma segunda-feira, isso aqui estaria cheio. Provavelmente não conseguiríamos nem almoçar — relatou enquanto funcionários atendiam os poucos clientes.
Em uma loja de acessórios para celular, autorizada a operar por oferecer assistência técnica, o fechamento no sábado (27) foi antecipado em duas horas devido ao baixo movimento.
— Comparado ao sábado, hoje até tem um pouco mais de gente, mas o movimento diminuiu bastante não só no Centro (ruas), mas nas lojas também. Acredito que pra todo mundo está bem difícil — relata a vendedora Elenara Rodrigues Teixeira, 28.
Em outros pontos da cidade era possível ver o movimento em farmácias, oficinas mecânicas e lojas de material de construção, entre outros estabelecimentos autorizados. Em lojas de roupas e outras consideradas não essenciais, havia expediente interno, com apenas parte da grade aberta. Já em algumas farmácias e lotéricas, havia filas na área externa, apesar do baixo número de clientes. A espera ocorria devido ao controle de acesso.
Uso de máscaras e praça ocupada
O endurecimento das restrições também parece ter despertado a atenção de parte da população aos cuidados. Entre as pessoas que circulavam pelas ruas, era raro encontrar alguém sem máscara, comportamento diferente do que vinha sendo registrado até então.
Na Praça Dante Alighieri, contudo, ao menos 13 pessoas ocupavam os bancos por volta das 9h, prática proibida pelo decreto municipal. O aposentado Elias Martins, 55, resolveu sentar após constatar que o banco onde pretendia ir abriria às 10h em vez das 8h. Ele afirma que evita sair de casa e adota todos os cuidados possíveis.
— Se tivesse alguém que pudesse resolver o meu problema, nem viria. Nem dinheiro gosto de vir tirar — conta.