Cerca de 15 pais de estudantes da rede particular de ensino de Caxias do Sul realizaram uma manifestação em frente à prefeitura no início da tarde desta terça-feira (23). Alguns levaram seus filhos, que vestiam uniforme escolar das diferentes escolas que frequentam. Uma aula chegou a ser realizada para as cerca de 10 crianças no largo do Centro Administrativo. A mobilização deu sequência ao movimento iniciado nesta segunda-feira (22), com uma carreata, ato que também contou com motoristas de vans e proprietários de escolas da Educação Infantil.
Diante da flexibilização estadual, que autoriza aulas presenciais para as séries iniciais, até o 2º ano do Ensino Fundamental, mesmo sob classificação da bandeira preta, pais de estudantes de outros níveis escolares seguem reivindicando que o ensino presencial entre para a lista de serviços essenciais.
— Viemos aqui para representar essa reivindicação que foi feita por pais em todo o Estado. Estamos aqui como pais de alunos da rede particular, mas a ideia é que isso contemple também o ensino público — afirmou a arquiteta Isabela Rech Schumacher, 43, mãe de estudantes de 10 e 14 anos matriculados em escola particular da cidade.
— É só circular pelos bairros e ver que as crianças estão brincando juntas, ou são deixadas em locais informais enquanto poderiam estar dentro da escola, em um ambiente seguro — complementou a gerente financeira Deise Vargas Garcia, 39, que mantém um filho de 10 anos e uma filha de 16 anos na rede privada de Educação.
A ação desta terça-feira ocorreu entre as 13h e 14h30min e foi conclamada por meio das redes sociais, convidando os participantes a levarem mesas e cadeiras para a realização de uma aula, que foi conduzida pela professora Márcia Horn da Cruz após uma oração. Márcia vestia e tirava do rosto, seguidas vezes, uma máscara vazada e disse ter escolhido a peça com furos como forma de protesto.
— Nós somos poucos, mas precisamos de coragem porque a maior parte dos nossos irmãos está em casa, com medo. Essa situação me dá nojo, porque não precisa fazer todo este terrorismo. Eu quero que se dane o novo normal, quero o velho normal, quero ser respeitada — disse a professora em um discurso que realizou aos manifestantes antes de orientar atividades às crianças.
Ainda na segunda-feira, pais de estudantes das instituições de ensino particulares La Salle Carmo, São José, La Salle Caxias, São Carlos, Murialdo e Madre Imilda, proprietários de escolinhas infantis e motoristas de vans realizaram uma carreata com buzinaço em Caxias do Sul. Eles percorreram as ruas da cidade, saindo da Maesa, passando pela frente dos colégios privados da região central e seguindo para a sede da prefeitura. O grupo também protestou contra o ensino remoto realizado durante a pandemia de covid-19. A carreata durou cerca de uma hora e meia e foi finalizada no pórtico da sede do Executivo. Os vereadores Adriano Bressan (PTB), Maurício Scalco (Novo), Maurício Marcon (Novo) e Sandro Fantinel (Patriota) estiveram conversando com o grupo e afirmaram que o assunto entrará em pauta na Câmara de Vereadores.
— Como o Estado flexibilizou, muitos acabaram não comparecendo mais hoje e, além disso, o horário também acabou limitando mais a participação — disse Isabela, na ação em frente à prefeitura.