As ruas, avenidas e rodovias de Caxias do Sul registraram em 2020 o menor número de mortes por atropelamento em seis anos. De janeiro até agora, seis pedestres perderam a vida na cidade. Ainda que o número não seja digno de comemoração, ele representa menos da metade das 13 vítimas de atropelamento registradas em 2019. De 2015 até agora, somente o ano de 2016 havia registrado menos de 10 mortes em acidentes do tipo, com oito casos. O recorde foi em 2017: 16 vítimas.
Os locais que concentraram mais mortes no período foram principalmente nas rodovias, onde a velocidade dos veículos costuma ser maior. A BR-116 concentrou 13 mortes, a RS-453, nove, e a RS-122, seis. Nas vias urbanas, a Rua Sinimbu foi o cenário de três mortes, com destaque também para as ruas Coronel Flores e Visconde de Pelotas, com duas cada.
Nesse período de seis anos em que 67 caxienses perderam a vida enquanto caminhavam às margens das vias, o município implantou o Programa Travessia Segura, com o objetivo de instalar semáforos para pedestres em pontos de maior risco. Além disso, novos aparelhos foram implantados em cruzamentos da cidade. Ao todo, foram instaladas ou estão em fase de instalação, 38 sinaleiras em toda a cidade.
Ao se analisar os números e locais dos atropelamentos, o que se percebe é que os locais das mortes praticamente não coincidem com os locais de instalação de semáforos. O número de casos também não apresenta uma queda contínua nos últimos anos, embora tenha chegado ao patamar mais baixo em 2020. Ainda assim, o diretor de Trânsito da Secretaria de Trânsito de Caxias, Eder Martini, avalia que os aparelhos proporcionaram mais segurança ao pedestre.
— No local semaforizado, o risco de atropelamento, apesar de existir, é bem menor. O Samu e a Brigada Militar (BM) pedem muito apoio para o atendimento de acidentes com feridos e verificamos que alguns cruzamentos que receberam semáforos não têm mais tanto pedido de apoio — revela.
Com relação aos números de 2020, Martini soma ações de conscientização e o comportamento da população durante a pandemia, que circulou menos pela cidade.
— Acho que a questão da pandemia influenciou bastante, mas também teve a questão dos equipamentos.
Locais de instalação
De acordo com Martini, a definição dos cruzamentos que recebem semáforos passa por avaliação técnica, que inclui dados de acidentalidade e conflito de trânsito. A implantação dos aparelhos, muitas vezes, também gera reclamações de motoristas por comprometer a mobilidade. O diretor afirma, porém, que é importante relatar os problemas à secretaria para que a operação possa ser ajustada.
— Claro que num primeiro momento pensamos na segurança do pedestre e isso tira tempo do veículo. Temos que encontrar outras formas de compensar essa perda. Nada é absoluto, sempre se pode ajustar — observa.
Quando se trata de semáforos exclusivos para pedestres, o local de instalação é definido conforme os estabelecimentos do entorno e o comportamento dos pedestres.
— Um dos mais recentes foi na Avenida Rio Branco. Ali a quadra é extensa e tem estacionamento. Se verificou que tinha muita travessia no meio da quadra. As pessoas não vão até a outra esquina — exemplifica.
Por fim, Martini explica que nem sempre o tempo exclusivo para o pedestre nos cruzamentos é suficiente para a travessia de todos.
— Nesse momento vou ter que contar com a colaboração dos motoristas — destaca.
Mortes por ano
- 2015: 13
- 2016: 8
- 2017: 16
- 2018: 11
- 2019: 13
- 2020: 6
Locais com mais mortes
- BR-116: 13
- RS-453: 9
- RS-122: 6
- Ruas centrais: 7
Semáforos implantados
Entre 2015 e 2016
- Rua Capitão Artemin Karan
- Rua Professora Viero
- Avenida São Leopoldo
- Rua João Augusto Carlos Coser
- Av. Dr. Assis Antônio Mariani x Rua Pixinguinha
- Rua Humberto de Campos x Rua Barão de Santo Ângelo
- Rua Júlio Calegari
- Rua Benjamin Custódio de Oliveira
- Rua Sinimbu
- Rua Feijó Júnior
- Avenida Santa Fé
- Rua Antônio Andriguetti
- Avenida Serrano Santo Antônio
- Avenida Assis Brasil
Entre 2017 e 2019
- Rua Marechal Floriano x Flores da Cunha
- Avenida São Leopoldo x Rua Sapucaia
- Rua Padre Raul Accorsi x Antônio Broilo
- Rua Pedro Tomasi x Plácido de Castro
- RS-453 (acesso ao bairro Medianeira)
- BR-116 (em frente ao Monumento ao Imigrante)
- Avenida Assis Brasil
- Avenida Therezinha Pauletti Sanvitto
Em 2020
- Rua Jacob Luchesi x Cesare Cambruzzi
- Rua Jacob Brunetta x Ângelo Ricardo Costamilan
- Rua Renato Del Mese x Caetano Melo
- Avenida Honeyde Bertussi x Rua Padre Luiz Alberto Lamonato (em implantação)
- Avenida Honeyde Bertussi x Ludovico Cavinato (em implantação)
- Rua Mário Lopes x Bortolo Zanrosso
- Rua Daltro Filho x Luiz Antunes
- Rua Luiz Antunes x Fermino Minghelli
- Rua Madre Bárbara x Padre Raul Accorsi
- Rua Renato Del Mese (em frente à Escola Castelo Branco)
- Rua Augusto Pestana
- Rua Amazonas
- Avenida Santa Fé (transferência da UBS para a frente da escola nas proximidades)
- Rua Jacob Luchesi
- Rua Nossa Senhora de Fátima (bairro Planalto)
- Rua Pio XII x Fortunato Mosele