— Nesses últimos meses, ele nos mostrou a força de vontade para viver. O pai lutou pela vida e em momento nenhum quis desistir. Ele mostrou o quanto queria viver.
Assim, Anderson Giongo define os últimos meses do pai Tarcísio, na luta contra a covid-19 e as complicações que o vírus trouxe após a recuperação. Aos 63 anos, Tarcísio faleceu por conta de colangite e de fibrose no fígado, nesta sexta-feira (23), em Garibaldi. Ele foi o primeiro paciente no Rio Grande do Sul a receber a transfusão de plasma convalescente e se recuperar da covid-19.
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A luta do pai de Anderson começou em maio, quando foi diagnosticado com a covid-19. No 17º dia, já no Hospital Virvi Ramos, em Caxias, Tarcísio foi internado em UTI, utilizando respirador. Começava ali a busca da família para tentar auxiliá-lo de todas as formas a se recuperar desta infecção. Com a possibilidade do tratamento de plasma, os familiares se mobilizaram pela internet para encontrar um doador. O professor Fábio Klamt, de Porto Alegre, fez a doação.
A evolução foi rápida. No dia 15 de junho, ele recebeu alta da UTI e foi transferido para a enfermaria. No entanto, foram mais 100 dias de internação. Outros problemas vieram após a covid-19. No dia 25 de setembro, seu Tarcísio recebeu alta do hospital, mas de forma preventiva para não contrair outras infecções. Ele ficou apenas uma semana em casa. Os problemas no fígado já eram maiores e o idoso foi internado no hospital de Garibaldi. A família até chegou a levar o pai novamente para Caxias do Sul, mas o quadro era irreversível.
Seu Tarcísio faleceu nesta sexta-feira, vítima de colangite e fibrose no fígado. Mas o seu exemplo segue adiante.
— Quem conhece meu pai, sabe que era um cara muito do bem. Ele queria sempre ajudar aos outros. Era uma pessoa muito gente fina, sempre trabalhou, fez tudo certo e queria o bem dos outros — afirma Anderson.
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