Santa Tereza viveu momentos de apreensão e medo entre a terça (7) e a quarta-feira (8). O rio Taquari/Antas subiu e represou dois arroios — o Marrecão, chamado de Barra Mansa pelos moradores, e o Vinte e Dois —, alagando a cidade. Os moradores ficaram ilhados entre a entrada e o Centro do município. Para passar, apenas de barco. Pelo menos 32 famílias foram tiradas de casa.
No caminho, na RS-444, a chuva derrubou árvores e pedras. À medida em que se chegava na entrada da cidade, o cenário era ainda pior: casas de dois andares totalmente embaixo d'água.
Elton Michelon, 52 anos, conta que em 40 anos, desde que o pai dele comprou a casa, essa é a segunda vez que entrou água.
— Em 2001 entrou água, mas não foi como agora. Daquela vez não chegou água ao segundo andar.
Eles conseguiram tirar algumas coisas da moradia.
— O arroio ficou represado. Ficamos ilhados. É preocupante a situação porque a água continua subindo — lamenta ele.
Desolação e medo
Na expressão do moradores era visível o olhar desolado de quem viu a água levar roupas, eletrodomésticos e móveis. Na hora em que a água começou a entrar, a prioridade de Analisse Boaro Bolesina, 50, era tirar a mãe de 80 anos e a tia, de 81, da casa.
— Foi a pior enchente da cidade. Na minha casa a água está no telhado. Saímos só com os documentos.
Ela relata que em 2001 havia sido a maior cheia até então.
— Foi bem menos que essa. Pegou todos de surpresa porque o rio e o arroio subiram muito rápido. A cidade está dividida.
Emocionados, os moradores preferiram não se manifestar. Eles relataram que não dormiram à noite porque estavam apreensivos.
Resgate
Com um barco, equipes dos Bombeiros passam pela cidade para retirar os moradores das casas.
— A água continua subindo. Em 55 anos que vivo aqui nunca vi uma enchente assim nessa proporção. As 32 famílias estão abrigadas no salão da comunidade. Os Bombeiros estão de barco passando pela cidade para socorrer as pessoas — ressalta o secretário de Obras, Ermani Michelon.