Esperança de prefeitos e moradores de Farroupilha e Nova Roma do Sul para restabelecer o tráfego após desmoronamento, a RS-448 não terá uma ponte móvel instalada pelo Exército. A medida foi descartada devido à falta de condições técnicas e equipamentos adequados. O leito da rodovia, que liga os dois municípios, cedeu na última terça-feira (30) no km 39,5, próximo à Vila Jansen, devido ao grande volume de chuva que atingiu a região.
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A busca de auxílio junto às forças armadas surgiu ainda na quarta-feira (1) e partiu das prefeituras, após sugestões da comunidade. Na manhã de sexta-feira (3), integrantes do 3º Batalhão de Engenharia de Combate de Cachoeira do Sul vistoriaram o terreno para avaliar a viabilidade de instalação de uma estrutura metálica que permitisse a travessia. A resposta negativa chegou aos municípios na manhã desta segunda-feira (6).
De acordo com fonte do Exército ouvida pela reportagem, a maior estrutura desmontável disponível no batalhão de Cachoeira do Sul possui 61 metros de comprimento. O vão aberto com o desmoronamento da estrada, porém, tem 63 metros. Além disso, o peso da ponte, superior a 10 toneladas, poderia fazer o terreno ceder novamente, já que o solo está instável. Isso poderia fazer, inclusive, com que o equipamento fosse danificado.
Frustrado com a notícia, o prefeito de Nova Roma do Sul, Douglas Pasuch, afirma que a opção agora é tentar abrir um desvio até o conserto da estrada, que vai ocorrer por meio de contrato emergencial. A alternativa, no entanto, também pode não sair do papel, já que o terreno nas proximidades é acidentado.
— Estamos em contato com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Vamos tentar algum desvio, mas não sei se vamos conseguir — afirma.
O único acesso asfáltico de Nova Roma do Sul é a RS-448. Outros caminhos possíveis são uma estrada que passa por Pinto Bandeira, mas comporta apenas veículos leves e a RS-437, que liga Nova Roma a Antônio Prado. A via passa por obras de pavimentação e não está totalmente asfaltada, além de aumentar a distância para quem sai de Farroupilha. Outras alternativas de acesso são as balsas no limite com Nova Pádua e Veranópolis. Com o alto volume de chuva da semana passada, contudo, as operações chegaram a ficar interrompidas devido à cheia dos rios.
Conforme o diretor-geral do Daer, Luciano Faustino, a única solução para a RS-448 é a reconstrução do trecho danificado. Os estudos para a elaboração do projeto já começaram. Em seguida, será necessário definir os quantitativos de material que será utilizado e o orçamento para a realização de um pregão simplificado que contratará a empresa responsável pela obra. Ainda não há estimativa do custo da reconstrução. Ainda assim ele admite que a normalização do tráfego levará meses.