
A construção do Centro de Bem-Estar Animal de Caxias do Sul pode não ocorrer da forma como havia sido prevista pela prefeitura. Embora o objetivo de tirar o projeto do papel ainda neste ano esteja mantido, a escassez de recursos faz com que a Secretaria do Meio Ambiente reveja os planos e estude novos modelos de parceria para viabilizar a obra.
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O plano original, que conta até mesmo com empresa homologada via processo licitatório, previa que o município pagasse pela construção do local. Dos cerca de R$ 3,7 milhões oferecidos pela empresa Earqui Serviços de Arquitetura e Engenharia Ltda, o município já tem disponível em caixa R$ 3 milhões reservados pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema). O problema, segundo o secretário Nerio Susin, é que não há de onde tirar o valor restante.
— Ficamos sabendo também que, depois de um ano da elaboração do orçamento, a licitante já pode pedir correção em 25% — afirma.
Por conta desse imbróglio, a empresa vencedora do certame ainda não foi chamada para a assinatura do contrato e é possível que essa formalização nem ocorra. O município só é obrigado a assinar o contrato se o projeto for executado da forma prevista na licitação. No entanto, Susin admite que as alternativas em análise envolvem parcerias público-privadas, embora faça mistério em relação aos detalhes. O secretário não chega a descartar o projeto licitado, mas revela que a escassez de recursos deve fazer com que ele não seja levado adiante.
Conforme Samuel Ruzzarin, sócio da Earqui, a secretaria respondeu aos questionamentos da empresa dizendo que não há prazo para a assinatura do contrato devido à falta de dinheiro.
— Daqui a pouco Caxias já arcou com uma despesa enorme, se fez projeto, para decidirem que não vai sair — lamenta Ruzzarin, ao se referir às etapas anteriores à licitação.
O projeto previa que o Centro de Bem-Estar Animal ficasse onde hoje funciona o canil municipal, em São Virgílio da 6ª Légua, mas isso também não está definido. De acordo com o secretário, três locais estão em avaliação, mas ele não revela os endereços:
— Se eu falar, vai dar muita polêmica e isso vai atrasar ainda mais o projeto.
O plano inicial previa um centro com 2,3 mil metros quadrados de área construída e capacidade para abrigar 1,5 mil animais em situação de maus tratos. Entre os espaços estavam canis, gatis, baias para cavalos e centro clínico e cirúrgico. Além disso, as construções contariam com sistema de captação da água da chuva para reutilização.