Caxias do Sul registrou, neste ano, o primeiro caso autóctone de dengue. Ou seja, da doença sendo contraída na própria cidade. Ela afeta os seres humanos por meio da picada do mosquito aedes aegypti.
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A vítima é uma mulher de 40 anos, que reside no bairro Petrópolis. Ela já foi medicada e recupera-se em casa. A Vigilância Ambiental de Caxias do Sul acredita que ela tenha contraído a doença no bairro onde reside.
— Necessariamente não precisa ter foco no teu domicílio, porque o mosquita voa, mas, no bairro dessa pessoa, tem focos e a gente imagina que tenha sido ali. Porque o mosquito não voa muito longe — explica a diretora técnica da Vigilância Ambiental, Sandra Tonet.
Por ser o primeiro caso autóctone há uma preocupação dos órgãos de saúde. No entanto, Sandra ressalta que a população também precisa auxiliar neste momento.
— Nosso trabalho sempre é voltado à prevenção, só que cabe lembrar que a população também tem que estar ciente, porque a prevenção do mosquito começa em casa. Então, a gente precisa evitar, e a população, agora, neste momento de covid, precisa estar atenta e verificar semanalmente o seu domicílio, na frente, nas laterais, dentro — orienta.
A Vigilância Ambiental realiza um projeto anual, em parceria com o Ministério da Saúde, de prevenção a dengue, zika e chikungunya. Por meio dele, são intensificadas as ações de prevenção e descoberta do mosquito.
— Quando é identificado o foco, a gente já faz a eliminação e ele entra como monitorado. De 15 em 15 dias, os nossos agentes da endemia vão no local para verificar se continua essa situação de eliminação ou se apareceu mais algum foco — explica.
A estação mais perigosa é o verão. No entanto, Sandra alerta que os ovos do mosquito são resistentes e, por isso, é necessário cuidado durante todo o ano.
— No inverno, por conta das baixas temperaturas, reduz a atividade reprodutora do aedes. Mas, o que a gente tem que lembrar, é que os ovos são extremamente resistentes, eles suportam o frio e isso pode durar mais de um ano, aguardando o aumento dessa temperatura e podendo promover a liberação dos novos mosquitos — fala a diretora técnica da Vigilância Ambiental.
Durante todo o ano passado, foram registrados 34 focos de aedes aegypti em Caxias do Sul, e cinco casos positivos de pessoas que foram picadas pelo mosquito. No entanto, todos os casos eram importados. Ou seja, contraídos fora do município.
Neste ano, segundo Sandra, são 19 focos até o momento e apenas uma pessoa que contraiu o vírus. Ela ressalta que também não há outros suspeitos ou caxienses aguardando resultado.
Dicas de prevenção:
:: Não deixar acumular água parada em nenhum utensílio;
:: Manter tonéis bem tampados;
:: Lavar semanalmente as escovas e sabões na parte interna dos tanques;
:: Deixar as caixas d'água bem tampadas;
:: Remover folhas, galhos, que tendem a cair mais e acumular água da chuva;
:: Deixar limpas as calhas;
:: Não deixar acumular água nas lajes;
:: Nos pratinhos de flor, tentar fazer substituição com areia até a borda;
:: Guardar pneus em locais com cobertura;
:: Ensacar o lixo;
:: Deixar as lixeiras bem tampadas;
:: Guardar as garrafas com os gargalos para baixo;
:: Fazer a manutenção de piscinas, deixando-as tapadas;
:: Colocar uma telinha fina nos ralos que não é possível abrir;
:: Verificar semanalmente vasos sanitários que estão sem uso, deixando-os cobertos;
:: Limpar as bandejas de ar condicionado, que pode acumular água;
:: Cuidar com lonas mal dobradas, que podem acumular água.