Representantes dos órgãos de segurança pública da cidade, da Secretaria Municipal de Saúde e da União das Associações de Bairros (UAB) chegaram a ser formalmente convidados pelo Conselho Municipal de Saúde para uma reunião, nesta quarta-feira (19) à noite, na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro São José. A pauta: a insegurança nos postos de saúde, principalmente na Zona Norte. Ninguém apareceu. O pouco caso das autoridades provocou críticas das 35 pessoas que participaram do encontro, a maioria conselheiros, médicos e servidores dos postinhos.
— Agora temos que montar uma comissão para que as nossas demandas cheguem aos órgãos competentes — lamenta o presidente do Conselho de Saúde, Alexandre Silva.
A vereadora Tatiane Frizzo (Solidariedade) representou a Câmara de Vereadores e prometeu encaminhar os pedidos dos conselheiros dos bairros aos órgãos competentes. A reunião de ontem foi motivada pelos recentes assaltos sofridos por profissionais nas imediações e até mesmo no interior das UBSs. A médica Marilene Chies foi uma das vítimas da violência.
No dia 20 de dezembro do ano passado, por volta das 8h, ela chegava para trabalhar na UBS do bairro Pioneiro quando foi abordada por dois criminosos. Os assaltantes roubaram o carro de Marilene, mas os momentos de terror que viveu ainda estão bem vivos na memória.
— Os assaltantes estavam mais nervosos do que eu. Foram momentos tensos porque eles não conseguiam ligar o carro. Me pediram para ajudar senão iriam me levar junto — conta a médica, que trabalha há quatro anos no bairro Pioneiro.
E não foi a primeira vez que Marilene foi vítima da violência. Quando trabalhava na UBS do bairro Forqueta, ela teve um celular roubado.
— Eu não tenho sorte — resigna-se a médica.
A ousadia dos bandidos foi maior ainda no bairro Centenário. No interior da UBS, o criminoso aguardou pela saída do médico ginecologista, o seguiu até o carro e o calçou com um revólver, anunciando o assalto.
Segundo a gerência dos postos de saúde dos bairros Pioneiro, Centenário e São José, a a insegurança não é de agora, já vem acontecendo há algum tempo e os funcionários exigem segurança para trabalhar.