Após mais um encontro sem acordo entre o Cpers-Sindicato e a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) que ocorreu nesta quarta-feira (8) em Porto Alegre, uma assembleia com professores da rede estadual marcada para a terça-feira (14) deverá definir os rumos da negociação para o fim da greve do magistério. Cerca de 50 professores de Caxias do Sul, Farroupilha e outros municípios abrangidos pelo 1º Núcleo Cpers-Sindicato devem participar do encontro, sendo a maioria contrária à proposta apresentada nesta quarta-feira pelo governo do Estado.
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Na proposta, o governo prometeu pagar em até cinco dias úteis, os valores já descontados do contracheque de novembro e os que ainda serão em dezembro. No entanto, pretende cobrar esse valor em seis parcelas ao longo de 2020. Na prática, não haverá abono dos dias parados.
— Nossa avaliação é que a maioria da região vai rejeitar a proposta. Colegas que estavam esperando um acordo devem continuar esperando e acredito que os que estavam recuperando devam parar agora também diante do risco de não receberem — aponta o presidente do 1º Núcleo Cpers-Sindicato, David Orsi Carnizella.
A greve começou em 18 de novembro, há 52 dias, em reação a um pacote de medidas proposto pelo governo de Eduardo Leite. A mobilização foi motivada principalmente pelos pontos referentes ao magistério, incluindo mudança no plano de carreira, achatamento salarial, congelamento de gratificação, fim do auxílio para professores que lecionam em área de difícil acesso, entre outros.
Carnizella destaca que a mobilização dos professores garantiu que o projeto não fosse aprovada pela Assembleia Legislativa e possibilitou a abertura de um diálogo entre a classe, os deputados e a comunidade.
— É importante destacar que o governo está cobrando que a gente recupere dias de greve mas não fala em recuperar os dias perdidos com a falta de professores no primeiro trimestre de 2019 — apontou, ainda, o presidente.
Em Caxias do Sul, das 51 escolas da rede estadual de Caxias do Sul, 12 ainda não encerraram o ano letivo de 2019 devido à paralisação; oito permanecem com greve parcial ou total e quatro já começaram a recuperação das aulas.
Negociação sem desfecho
Em nível estadual, a condição proposta pelo governo não agradou o sindicato da categoria. Após a última reunião com a cúpula da Educação, a presidente da entidade, Helenir Schurer, classificou a proposta como uma "punição" e não garantiu que os professores encerrem a paralisação.
— Essa proposta é para terminarmos o ano letivo e, depois disso, sentarmos e discutirmos as próximas ações — afirmou o secretário estadual da Educação, Faisal Karam, que pretende dar continuidade às negociações mesmo no caso do fim da paralisação.