Dez dias após um dos episódios mais marcantes da carreira de 25 anos na Polícia Rodoviária Federal (PRF), Leandro Barbosa, 50 anos, reencontrou Milena Pagliarin Krindges, recém-nascida de 14 dias que ele ajudou a salvar em Caxias do Sul.
Na tarde de terça-feira (10), os pais da pequena, Tatiana Pagliarin Krindges, 39 anos, e Ismael Krindges, 37 anos, voltaram ao posto onde, no dia 30 de novembro, pediram socorro à bebê que estava sufocando por engasgamento.
— É uma emoção enorme pensar que eu posso ter feito a diferença — relatou o policial que, no reencontro, pegou nos braços a pequena Milena.
Desta vez, ela dormia, serena, e o agente comemorava o sucesso das manobras que fizeram a bebê voltar a respirar.
— A gente recebe orientação, mas na prática é completamente diferente, ainda mais com um bebê pequeno. Felizmente eles pararam aqui, não teria dado tempo de chegar ao hospital, foi o melhor choro que já ouvi na minha vida.
"Foi bem traumático pra gente"
Uma operação conjunta garantiu o socorro de Milena, que mora com os pais no bairro Treviso, distante cerca de 30 minutos do Hospital da Unimed, para onde, a princípio, a bebê de apenas quatro dias de vida seria levada após algumas tentativas de salvamento feitas em casa.
— Ela acordou meia noite e meia para mamar e se engasgou. Fizemos algumas manobras e não adiantou. Eu fiquei desesperada mas meu esposo conseguiu raciocinar naquele momento, empurrou minha mãe e eu até o elevador para que fôssemos ao hospital.
Ao saírem do bairro, a cinco minutos de distância da residência da família, o posto da PRF, às margens da BR-116, no Km 147, foi uma possibilidade de salvação cogitada pela mãe de Tatiana, Eugênia Chiapin Pagliarin, que lembrou de outros casos de crianças socorridas noticiados.
Com alguns movimentos, o policial Barbosa fez com que Milena voltasse a respirar, e recomendou que a família fosse até o hospital da mesma forma. Após uma bateria de exames e acompanhamento pediátrico, Milena passa bem, sem sequelas do tempo que ficou sem oxigenação.
— Foi bem traumático para a gente. A sensação é horrível, como se estivessem tirando o bem mais precioso da gente — relata a mãe.
Passado o susto, Tatiana fez questão de voltar ao local onde a vida de sua primeira e única filha foi salva, para agradecer ao policial do qual sequer lembrava do rosto, tamanho o desespero em que ela se encontrava na madrugada do dia 30.
— O reencontro foi emocionante, a sensação é de eterna gratidão.
Leia também
Autonomia de pessoas com deficiência foi evidenciada na Semana da Acessibilidade e Inclusão em Caxias do Sul