O município de Farroupilha iniciou no último fim de semana uma série de aplicações do larvicida BTI para combater a proliferação do mosquito borrachudo no interior. A primeira dose foi aplicada no sábado (25). Outras duas doses serão aplicadas nos dias 8 e 22 de junho, sempre respeitando um intervalo aproximado de 15 dias.
Conforme a prefeitura, a aplicação deve ser feita de forma simultânea em todo o município para garantir a eficácia. Foram distribuídos 300 litros do produto para líderes de 47 comunidades, onde produtores rurais aplicam as doses. O custo total das aplicações é de R$ 32 mil.
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Nem todos os municípios estabelecem calendários de aplicação. É o caso de Caxias do Sul e Bento Gonçalves. Em Bento, conforme o secretário da Saúde, Diogo Siqueira, o produto é aplicado ao longo do ano, de 15 em 15 dias, que é o tempo do ciclo da larva do mosquito, até que ela se transforme em um inseto adulto.
— É importante fazer o controle o ano todo. Inclusive, o ideal seria que os municípios aplicassem o BTI de forma simultânea, para evitar que as larvas se desenvolvam em outros arroios próximos da aplicação, porque os mosquitos migram e colocam ovos em outros lugares próximos. Foi um tema até já discutido em consórcio de municípios — comenta.
Em Caxias do Sul, o coordenador da Vigilância Ambiental da Secretaria da Saúde, Rogério Poletto, explica que, ao longo de todo o ano, uma equipe examina a situação de cada arroio do município. O BTI é aplicado pela própria equipe ou por moradores de comunidades rurais capacitados conforme a necessidade e somente onde são encontradas larvas do mosquito.
— O BTI ataca somente as larvas, não o mosquito adulto, e ele só faz efeito durante a aplicação. As larvas ficam fixadas em pedras, por exemplo, por onde passa a água corrente de arroios. À medida em que a matéria orgânica arrastada pela correnteza passa pelas larvas, elas se alimentam. E é no momento em que passa o BTI que o produto é ingerido pelas larvas. Uma vez que o BTI foi aplicado e passou pelo ponto, ele não vai fazer efeito em futuras larvas que eclodirem ali — detalha.
Já Flores da Cunha também estabelece um calendário, sempre que é constatada a infestação generalizada no município. A última aplicação foi em março e, conforme a Secretária da Agricultura, Stella Pradella, a expectativa é que a próxima ocorra na primavera, devido à chegada do calor e maior incidência do mosquito borrachudo.