Cinco das oito famílias que vivem na Rua Pradelino Linck, no bairro Diamantino, em terreno ocupado ao lado da Escola Municipal de Ensino Fundamental Atiliano Pinguelo, em Caxias do Sul, têm prazo, de acordo com os moradores, até terça-feira, dia 23, para deixar as moradias. Eles foram comunicados do prazo em que que precisam sair das casas na manhã desta terça (16).
A decisão foi tomada pela prefeitura após monitorar a área e constatar que as residências correm risco de desmoronamento. A situação piorou depois da queda do muro da escola provocada pela forte chuva do último sábado (13). A estrutura está localizada no barranco que, com a chuva desta terça, está ainda mais comprometida.
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A moradora Rosália de Fátima Fortes Lima Pereira, 44 anos, vive no bairro há 17, e está insegura com a mudança:
– Nos garantiram que vão pagar o auxílio moradia por seis meses, e quando esse período terminar vamos estar com as nossas casas prontas no Loteamento Campos da Serra, mas há pelo menos dez meses nos dizem que as casas estarão prontas e até agora nada. Vamos sair porque temos que ir, mas tenho medo do que vai acontecer – desabafa.
Um dos moradores mais assustados com a desocupação é Alaerte Moreira da Silva, 44. Ele questiona se poderá levar os animais de estimação ao se mudar:
– Se eu tivesse condições de pagar aluguel, de comprar uma casa ou voltar para o campo eu não estaria morando aqui. Quando comprei essa casa há 17 anos não sabia que era área verde e há quase um ano nos falam que vamos sair, mas teríamos uma casa pronta, e agora estão nos pressionando, e se comprometem com o auxílio moradia. Mas é apenas por seis meses? Não está claro o que vamos fazer após esse tempo com o aluguel e com os nossos animais.
Julemar José do Passos, 55, é zelador e mora no local há dez anos. Ele conta que não sabe como serão os próximos meses e que uma das alternativas vai ser tentar negociar a retirada do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para conseguir arcar com as despesas.
– Eu estou apavorado. Eles só vão botar o caminhão de mudança, o resto é tudo com a gente.
Contraponto
De acordo com a prefeitura, as casas foram construídas de forma irregular no terreno e causaram a obstrução do sistema de drenagem de águas superficiais, o que aumentou a força exercida sobre o muro da escola, sobretudo em dias de maior precipitação de chuva. Segundo o município, as cinco famílias que moram na Rua Pradelino Linck, vêm desrespeitando as notificações contra a ocupação da área e construção de edificações na região próxima à ruptura do muro. As famílias serão realocadas de forma emergencial até o final da semana. Sobre o auxílio moradia, a assessoria de imprensa do município, afirma que o prazo pode ser prorrogado após seis meses.
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