Os integrantes da missão da ONU a Caxias do Sul e Bento Gonçalves dizem estar levando boas impressões sobre os programas de pacificação entre os jovens. Na sexta-feira, a delegação conheceu as práticas adotadas na região e acredita que é possível copiar as iniciativas e adaptá-las de acordo com a característica de outras localidades pelo país.
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As atividades desenvolvidas em escolas e comunidades foram apresentadas em dois eventos diferentes. Na parte da manhã, o Ministério Público (MP) divulgou detalhes do projeto Pacificação nas Escolas, lançado em 2017 em Bento Gonçalves e cidades próximas. A ideia consiste na formação de professores e servidores da educação para que atuem como facilitadores da construção da paz nas escolas da rede municipal e estadual. À tarde, a comitiva participou de uma apresentação na prefeitura sobre o trabalho gerado a partir do programa Caxias da Paz, implantando em 2014 por lei municipal.
— Conseguimos ver todo o histórico das experiências da região, os resultados que estão sendo alcançados hoje e nosso interesse é poder disseminar essas experiências, as boas práticas para o Brasil todo. Esse é o objetivo da missão: conhecer para depois sistematizar as metodologias — explica Moema Freire, coordenadora da Unidade de Paz e Governança Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Moema ressalta que há outras iniciativas importantes pelo país, mas o Rio Grande do Sul tem uma experiência rica e uma metodologia forte.
— Precisamos estudar quais os fatores que levaram ao sucesso aqui na região. Tem o trabalho interessante, que é a integração entre diferentes instituições, condição que a gente nem sempre consegue alcançar em todas as localidades. Olhamos muitos para as escolas, a gente sabe que cada região tem estrutura distinta no ambiente escolar, então provavelmente vai ser preciso adaptar elementos, mas ficamos bastante entusiasmados com o que vimos aqui — conclui a integrante do PNUD.
Dentro da agenda para o desenvolvimento, a agência da ONU lida com estratégia de construção da paz e de formação de sociedades inclusivas. A unidade coopera com o governo federal para elaborar iniciativas que podem ser transformadas em políticas públicas. A missão incluiu também Floriano Pesaro, consultor do PNUD, e Washington de Sá e Clayton da Silva, diretores da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.