Cerca de 7 mil integrantes de duas cooperativas habitacionais de Farroupilha estão se organizando para buscar o esclarecimento da situação atual de terrenos que passaram a ser pagos desde meados de 2008 e ainda não foram entregues. Os membros das cooperativas Meu Pedaço de Chão e Terra Nossa afirmam que estão pagando valores mensais para a aquisição de dois lotes - um deles localizado nas proximidades de São Marcos e outro em uma área próximo à saída de Farroupilha - que deveriam estar finalizados há cerca de dois anos, segundo os moradores. Além da a aquisição dos lotes, as cooperativas também deveriam financiar a construção do calçamento e iluminação pública.
Com a intenção de discutir a possibilidade de articulação de medidas judiciais para obter respostas quanto à atual situação financeira dos terrenos, os membros organizam um encontro na prefeitura de Farroupilha por volta das 14h30 deste sábado (30). A partir disso, é possível que seja encaminhada uma denúncia ao Ministério Público (MP). Segundo um dos representantes de uma das cooperativas, Carlos Sordi, os moradores querem que seja firmada uma previsão concreta para a entrega dos terrenos ou que o recurso correspondente ao valor pago seja devolvido.
— Se não forem entregues os terrenos, que seja devolvido o valor pago ao longo de todos esses anos. Se continuar assim, vamos deixar de pagar. Muita gente já desistiu (de pagar as parcelas) — lamenta Sordi.
Segundo os moradores, o valor pago era inicialmente de R$ 50 reais e subiu para R$ 100 após uma reunião realizada em meados de 2017 na qual a presidência das cooperativas afirmou ter gastos maiores com a aquisição das áreas. Além disso, o número de parcelas a serem pagas teria subido de 80 para 100.
— A justificativa apresentada foi de que as terras estavam muito caras e o valor tinha que ser aumentado. Nós queremos que sejam apresentadas as contas, para que as pessoas possam decidir o que fazer a partir de então. Houve pessoas que inclusive já venderam a sua parte para outras, pois estão muito insatisfeitas — diz outro representante, Claudiomiro Monego.
A reportagem entrou em contato com o presidente das duas cooperativas, Raul Herpich, mas não obteve retorno das ligações.