A falta de professores não é exclusividade das escolas de Caxias do Sul, conforme reportagem publicada na última quinta-feira, que mostra o déficit de funcionários em 39 das 51 instituições estaduais da cidade. O problema também atinge a rede de ensino de Farroupilha.
No município vizinho, um dos exemplos mais graves é a Escola Estadual Olga Ramos Brentano, que fica no bairro Primeiro de Maio. Desde o início do ano letivo, no dia 20 de fevereiro, há falta de professores em nove disciplinas: língua portuguesa, matemática, literatura, geografia, educação física, filosofia, sociologia, física e artes.
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A instituição atende pouco mais de 270 alunos do Ensino Médio nos três turnos.
— Teve anos que foi mais tranquilo. Sempre havia falta de um ou outro, mas que eram enviados rapidamente. Agora, está demorado e com lacunas maiores — diz a vice-diretora Rosane Favero de Souza.
Com a carga horária reduzida, a escola não tem outra opção senão pedir que os alunos de algumas turmas cheguem mais tarde ou que saiam mais cedo.
— Não tem o que fazer. Estamos tentando suprir com os professores que temos. Segurá-los aqui sem ter o que fazer, não dá. Até porque essa carga horária vai ter que ser preenchida em algum momento _ avalia a vice-diretora.
Conforme levantamento da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE), o município tem defasagem de 915 horas, divididas entre professores (8 disciplinas + anos iniciais), serventes e merendeiras.
Em entrevista à Rádio Gaúcha Serra na segunda-feira, a coordenadora da 4ª CRE, Janice de Moraes, justificou que o principal motivo para a falta de professores na região são os pedidos de dispensas feitos por docentes que passaram em concursos municipais ou que foram contratados para a rede particular. Há também casos de profissionais que buscaram oportunidades fora do Magistério.
— Nós tivemos muitos afastamentos e ainda estamos tendo mais. A cada dia, é uma média de um ou dois pedidos de exoneração ou dispensa — explica Janice.
Ainda segundo ela, há uma perspectiva de que a partir da próxima semana possam ser chamados professores em contrato emergencial, classificados no último edital da Secretaria Estadual de Educação.
Janice também ressalta que estão sendo chamados os diretores de todas as escolas para a avaliação junto com a 4ªCRE do quadro de professores, fazendo, assim, com que a demanda solicitada seja atendida completamente da forma mais atualizada possível. A avaliação da Escola Estadual Olga Ramos Brentano, especificamente, ocorrerá na próxima segunda-feira.