A tarifa do transporte coletivo de Caxias do Sul vai começar a ser debatida pelo Conselho Municipal de Trânsito somente após a definição do reajuste dos funcionários da empresa. O percentual ainda está em negociação entre a concessionária e o Sindicato dos Rodoviários e tem prazo de discussão até o fim de janeiro.
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De acordo com o secretário de Trânsito, Cristiano de Abreu Soares, o dado é fundamental para o cálculo porque é um dos que mais impactam no valor final da tarifa. Isso porque o custo da folha de pagamento da Visate representa cerca de 50% do valor da passagem.
— O que estamos fazendo neste momento são algumas análises de preço de combustível, de número de passageiros, mas sem esse índice não tem nem como colocar os dados na planilha — explica Soares.
O secretário disse ainda ter solicitado à Visate para que tente negociar o dissídio mais baixo possível para impactar o mínimo possível na tarifa, já que um aumento substancial poderia afastar passageiros.
— Com a tendência nacional de migração do transporte coletivo para o transporte individual, a tarifa não pode sofrer sobressaltos, porque senão cada vez menos pessoas vão usar ônibus e a tarifa vai subir mais. Precisamos fazer a roda girar ao contrário — defende.
Com o aguardo da definição do dissídio, a expectativa é que a primeira reunião do Conselho Municipal de Trânsito para discutir o valor da tarifa ocorra na segunda quinzena deste mês. A votação do valor que será efetivamente apresentada ao prefeito, porém, ocorre uma semana depois, em uma segunda reunião. Dessa forma, a estimativa é que o novo valor comece a vigorar somente em fevereiro.
Em 11 de dezembro, a Visate entregou à Secretaria de Trânsito uma proposta de tarifa de R$ 4,46, um aumento de mais de 12% em relação aos R$ 3,95 atuais. A justificativa da concessionária é a queda no número de passageiros, aumento no preço dos insumos e o próprio dissídio, além das gratuidades e da renovação da frota. Nos últimos dois anos, porém, o Conselho de Trânsito sugeriu valores menores em relação ao sugerido pela Visate e ao que foi apontado nos cálculos dos técnicos da secretaria. O método Geipot, previsto no contrato entre município e Visate para calcular a tarifa, é alvo de questionamentos por parte da administração de Daniel Guerra (PRB).