Diversos moradores de São Pelegrino estão inconformados, desde a noite de sábado, com novo tumulto na Estação Férrea de Caxias. No sábado à noite, houve depredação, briga generalizada e tumulto até o amanhecer do domingo. Além de perturbar vizinhos, a aglomeração de jovens terminou com uma viatura da Brigada Militar danificada.
Leia mais
Vídeo: confira imagens da movimentação na Estação Férrea, em Caxias
"Estamos com medo de como será nas noites de verão", relata dono de bar na Estação Férrea, em Caxias
Mesmo após tumulto generalizado, prefeitura de Caxias não prevê ações para fiscalizar Largo da Estação
Tumulto na Estação Férrea termina com viatura danificada em Caxias do Sul
Proibição de estacionamento no Largo da Estação, em Caxias do Sul, muda a cara da região
Trabalhadores relatam prejuízos com proibição de estacionamento à noite em Caxias do Sul
Conforme ocorrência registrada, por volta das 3h, os policiais militares, que foram verificar uma denúncia de desordem na Rua Augusto Pestana, foram recebidos com hostilidade. Foi necessário a chegada de reforços e uso de armamento não letal para dispersar o motim.
Uma moradora que reside em um prédio da Rua Sinimbu conta que o vidro da porta principal do edifício chegou a ser quebrado. Ela ainda relata que viu pessoas virando as lixeiras da rua e jogando pedras em carros e lojas. Assim que percebeu o tumulto, afirma que começou a ligar para a polícia. Ao todo, foram 27 tentativas, diz ela:
— Só fui atendida depois que tudo já tinha acalmado. Eu queria, além de tudo, saber por que uma viatura não passou por aqui quando tudo começou. Eles foram avisados! Não é possível que tivesse tanta ocorrência pela cidade naquele horário e que a BM não pudesse mandar uma viatura.
Um outro morador, que também pediu para não ser identificado, registrou o momento em que duas lixeiras foram derrubadas por um grupo na Rua Sinimbu. Segundo ele, por volta das 3h30min, ele teria ouvido um barulho alto e ido em direção à janela do prédio, avistando cerca de 20 pessoas que chutavam e derrubavam dois contêineres. O lixo ficou espalhando pela rua. Após o ocorrido, uma equipe da Codeca teria passado pelo local para realizar a limpeza. O grupo de baderneiros retornou assim que a limpeza foi feita para virar novamente o lixo na rua. O morador conta que a situação se repetiu por três vezes. No momento em que a guarda municipal chegou, o grupo se dispersou correndo.
Além de derrubar contêineres, os envolvidos também jogavam garrafas contra as grades de uma loja localizada no andar térreo do prédio.
— O portão do prédio está torto e os vidros quebrados, acredito que eles tentaram entrar no prédio ou apenas queriam quebrar tudo mesmo. Enquanto alguns viravam as lixeiras, os outros chutavam e amassavam o portão.
De acordo com o morador, quando acionada, a guarda municipal demorou cerca de 30 minutos para chegar ao local. A Brigada Militar teria chegado 15 minutos depois, utilizando bombas de efeito moral para dispersar o grupo. Com a chegada da BM, eles teriam corrido por diferentes direções. Para o morador, a sensação é de insegurança e incômodo:
— Nos sentimos acoados, pois ali corríamos o risco de entrarem no prédio. É muito tumulto, atrapalha até para dormir, temos que trabalhar de manhã. É complicado. Acredito que deveria ter um policiamento fixo nessa região — aponta.