Em apenas sete dias em outubro, o Museu Casa de Pedra, em Caxias do Sul, teve a fiação furtada duas vezes, o que deve deixar o prédio sem energia elétrica pelo menos até a próxima semana. O atendimento só está sendo mantido graças ao tempo mais claro dos últimos dias, o que favorece a iluminação natural nos ambientes. A situação evidencia que o padrão de segurança adotado para o patrimônio histórico está obsoleto. A Secretaria Municipal de Cultura reconhece o problema e garante estar buscando alternativas para impedir ações criminosas.
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Mesmo que o conserto seja providenciado, o risco de um novo ataque é cogitado por vários motivos. Um deles é a facilidade de acesso ao local. Não há cercas para impedir a a circulação de pessoas no pátio. O outro é a falta de vigilância fixa, pois a Guarda Municipal não tem como deixar um servidor no local por falta de efetivo.
No último furto, registrado na segunda-feira, dia 8, os ladrões arrancaram a fiação dos canos instalados perto do parreiral, quase em frente à porta principal do museu. Na terça-feira, dia 2 de outubro, os criminosos puxaram os fios pelo mesmo local. A diferença em relação ao primeiro ataque é que a quantidade de material levado da última vez é maior, segundo Daniela Fraga, diretora da Divisão de Museus, Daniela Fraga.
Em dezembro do ano passado, a Casa de Pedra permaneceu vários dias fechada também por culpa de um furto da fiação. Desta vez, o atendimento foi mantido porque muitas escolas da cidade já haviam agendado visitas e o processo para a compra de material de reposição está mais ágil. Outros ataques já ocorreram em anos anteriores.
— Com o primeiro furto (do início do mês), não suspendemos as atividades para não prejudicar o público e porque o conserto seria rápido. Mas infelizmente concluímos os reparos na sexta-feira (dia 5) e na segunda-feira (dia 8) vieram aqui e furtaram de novo — desabafa Daniela.
Os dois furtos recentes causaram um prejuízo de cerca de R$ 2 mil apenas em material de reposição — a mão de obra para o conserto é da equipe de manutenção da Secretaria da Cultura.
— Sabemos que o recurso gasto para repor a fiação poderia ser usado em outras ações da Cultura. O prejuízo também é receber as pessoas num ambiente não adequado — lamenta a diretora.
Possibilidades existem, mas processo é lento
A Secretaria da Cultura avalia alternativas para prevenir os ataques em parceria com outros setores da prefeitura, mas Daniela Fraga ressalta que as soluções não são tão simples como parecem.
Conforme a diretora, o cercamento poderia impedir o acesso de ladrões e vândalos, mas a Casa de Pedra é um patrimônio tombado. Qualquer obra no local precisa de análise e aprovação do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc). Por outro lado, uma intervenção drástica, caso a instalação de cerca, descaracterizaria o imóvel histórico. Entre as demais possibilidades, está a implantação de fiação aérea, concretagem das caixas de luz e colocação de câmeras.
— Estamos sim avaliando como proteger o museu, mas são processos lentos — adianta Daniela.
A Guarda Municipal prometeu ampliar as rondas no local.
O horário de atendimento do museu é de terça a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados, das 11h às 17h.