Uma comissão formada por integrantes da tribo Kaingang que mora em Bento Gonçalves teve uma audiência com o procurador da República Luís Felipe Schneider Kircher na tarde desta quarta-feira.
O encontro na sede do Ministério Público Federal (MPF) foi solicitado pelos indígenas. De acordo com o cacique Nelinho Paulo, o motivo são as condições em que as 18 famílias estão habitando na cidade. Segundo ele, são cerca de 60 pessoas, entre adultos, idosos e crianças, vivendo em situação precária em barracas de lona. As crianças frequentam a escola e os pais trabalham ou na agricultura, em propriedades rurais da região, e outros com produção e venda de artesanato.
— Nossa comunidade está passando por um momento precário. Pessoal não tem casa, estão embaixo de uma lona, quando chove bastante, o pessoal sofre bastante — disse o cacique.
Conforme Paulo, o procurador deve chamar o município para ouvi-lo sobre o assunto.
Os indígenas estão em Bento há mais de dois anos. Eles montaram acampamento em uma área pertencente ao município no bairro São Roque. O interesse deles é que a prefeitura permita que se estabeleçam naquele local. Esta é a primeira vez que indígenas e MPF se reúnem para falar sobre o assunto em Bento. Outras audiências já foram realizadas anteriormente, mas para tratar do comércio praticado por eles nas ruas da cidade.
O procurador não quis se manifestar sobre a reunião.