Na saída do turno da tarde na Escola Municipal Luciano Corsetti, no bairro Kayser, em Caxias do Sul, nesta segunda-feira, parentes faziam fila no portão dos fundos da instituição aguardando os alunos deixarem as salas de aula. O portão abre às 17h25min mas, por volta das 17h, a rua já estava cheia. Uma viatura da guarda municipal e três guardas estavam no local. A movimentação, apesar de comum, tinha um ingrediente extra de preocupação: no último dia 29, uma troca de tiros nas imediações do colégio, neste mesmo horário, feriu duas crianças. Uma delas ainda segue hospitalizada após ter o rim perfurado pelo disparo.
Maria Vargas, mãe de uma menina de seis anos, estava de prontidão aguardando pela filha, e disse que sempre busca e leva a menina para o colégio. Para ela, a sensação de insegurança aumentou muito depois do tiroteio:
_ Existe uma insegurança, até para nós que ficamos aqui fora esperando. O fluxo de veículos na rua também é muito grande, o que também é perigoso.
Também temerosa, Letícia Souza, chegou a deixar o emprego para poder buscar e levar o filho de seis anos à escola.
Em outro grupo de pais que aguardava os estudantes, Daniel Sartori, pai de um menino de nove anos, conversava sobre a situação das câmeras de segurança. Ele revelou que desde o desaparecimento de Naiara Soares Gomes, de sete anos, raptada, estuprada e morta quando seguia para a Escola Municipal Renato João Cesa, no último dia 9 de março, alguns pais de alunos da Luciano Corsetti começaram a se mobilizar. O grupo discute propostas para o trânsito e insegurança no entorno da escola.
_ Desde a semana passada, estamos nos reunindo para buscar soluções _ conta Sartori.
As ocorrências da semana passada levaram a Guarda Municipal a fazer o patrulhamento prioritário da região. Nesta segunda-feira, equipes da corporação acompanharam a entrada e saída de todos os turnos da escola.