Pode parecer uma comparação exagerada, mas para os apreciadores da boa mesa é como entrar no paraíso. Imagine um lugar onde é possível degustar entre 50 e 60 tipos diferentes tipos de massas, experimentar vinhos de produtores locais, participar de oficinas gastronômicas, assistir a apresentações artísticas e conferir os estandes de 55 expositores, de móveis a objetos de decoração e agroindústrias, em uma estrutura de 4 mil metros quadrados rodeada por casarões históricos. Tudo isso é possível na 5ª Fenamassa, que prossegue até este domingo em Antônio Prado.
Para os interessados em embarcar nesta maratona gastronômica, o primeiro desafio é escolher um dos cinco restaurantes que servem as refeições ininterruptamente do almoço ao jantar. Com capacidade para 100 lugares cada, os estabelecimentos vão do mais tradicional almoço de colônia e seus mesões coletivos a opções mais elaboradas. E haja apetite para saborear delícias como massa sem glúten (feita com abobrinha), tortéi servido na moranga, pipoca de gringo (o famoso agnolini frito), massa de cacau, nhoque de abóbora com molho de camarão, macarrão ao molho de salame e espaguete servido no queijo, para citar apenas alguns exemplos.
Os cardápios alteram no almoço e no jantar e, além do menu completo, a R$ 45, o visitante pode escolher a opção empratada, que oferece uma massa, uma opção de carne, saladas, petiscos e sobremesa ao custo de R$ 35.
— É um prazer mostrar nossas comidas típicas para quem nos visita — orgulha-se Ângela Maria Carissimi Pelin, uma das 28 integrantes do Clube de Mães Aparecida, que há quatro edições é responsável pelo Restaurante da Colônia, onde são servidos de sopa e agnoline e um festival de massas tradicionais, acompanhado de polenta frita, maionese de batata e frango assado.
O Restaurante da Colônia é um contraste ao Restaurante Gourmet, instalado bem ao lado. Ali, chefs da Escola de Gastronomia da UCS preparam pratos tão elaborados quanto seus nomes: carbonara do presidente, rondelli de presunto e queijo ao sugo, penette ao molho de carne em pedaços e fusilli integral com legumes na manteiga, para citar apenas alguns. O espaço foi idealizado por Gustavo Giulian, dono de um pastifício em Antônio Prado.
— A ideia é mostrar que é possível preparar diversos pratos com um mesmo tipo de massa. As pessoas só faziam sopa com o capeletti (agnoline), mas é possível fazer muito mais. E colocamos o Restaurante Gourmet ao lado do Tradicional justamente para mostrar essas diferenças — conta Giulian, que também preside a Fenamassa 2017.
Concurso de tortéi e oficina com as nonas
Com a marca de 128 tortéis ingeridos em duas horas, o eletricista Francisco Renato Tormena, 60 anos, venceu o concurso de tortéis desta Fenamassa. No último sábado, ele tornou-se o novo recordista da competição, realizada desde a segunda edição do festival. O vencedor de 2015 havia comido 105 unidades.
— Para participar de um concurso desses, você tem que comer devagar, comer inteiro, não cortar, porque ele dobra de tamanho no prato e não beber nada, não tomar líquido nenhum, porque o líquido estufa. Não existe preparação. É só ter fome — explicou Tormena.
Mas essa não foi a primeira vez que subiu ao pódio. Bom de garfo, ele já havia abocanhado o primeiro lugar em 2013, quando comeu 103 tortéis. A meta para o ano que vem é chegar a 150.
Perto dali, um contêiner foi transformado no Espaço Mão na Massa, onde vovós ensinam os visitantes a preparar a estrela da festa, a fechar agnoline e a fazer espaguete no bigolaro. Uma delas é dona Pina Zulian, 85 anos, que recebe a todos com sorrisos e histórias dos antepassados.
— Antigamente, fazia tudo. Agnoline, tortéi... Hoje é tudo mordomia. Hoje é tudo fácil, tem máquinas. Fiz muito tortéi. Eu tinha oito filhos — conta.
E qual o segredo para uma boa massa?
— Ovo, farinha e um pouquinho de água, senão a massa fica muito dura. E depois tocar o bigolaro.
Faturamento
Na última edição, em 2015, os expositores alcançaram faturamento de aproximadamente R$ 700 mil, gerando 150 empregos diretos 150 indiretos, durante o período do festival. Em quatro edições, estima-se que os expositores tenham movimentado aproximadamente R$ 2 milhões.
PROGRAME-SE
O quê: 5º Festival Nacional da Massa (Fenamassa)
Quando: sábado e domingo, das 10h às 22h
Onde: na praça central de Antônio Prado
Quanto: a entrada é franca e o visitante só paga pelo que consumir