
A Fundação de Assistência Social (FAS) de Caxias do Sul planeja fechar um dos dois abrigos de acolhimento a crianças e adolescentes mantidos pelo órgão. Conforme a presidente da FAS, Rosana Menegotto, a mudança ocorrerá no decorrer de 2018, mas ainda não está definido qual das casas será extinta. A ideia é que as crianças atendidas no abrigo passem para uma casa lar ou para uma família acolhedora. Os dois abrigos administrados pela FAS são o Estrela Guia e o Sol Nascente. Também há na cidade o Recanto Amigo, administrado por uma entidade parceira. As informações são da Rádio Gaúcha.
Conforme Rosana, estão sendo elaborados editais para três novas casas lares, que se somarão às 12 existentes no município, e também para a gestão de seis famílias acolhedoras, retomando esta modalidade que foi extinta anos atrás. Enquanto cada abrigo tem capacidade para 20 crianças e adolescentes, mas geralmente fica superlotado, as casas lares comportam até oito crianças e adolescentes cada uma, enquanto a família acolhedora pode ficar com uma criança. Rosana explica que o fechamento de um dos abrigos dependerá do Judiciário, já que exige mudança da modalidade de acolhimento das crianças.
Alguns dos detalhes do edital ainda estão sendo definidos. Um deles é a faixa etária da criança que poderá ficar com a família acolhedora. Outro ponto é por quanto tempo essa família pode ficar com a crianças. Neste modelo, os pais não podem adotar a criança. Na casa lar, os adolescentes têm pais sociais; eles ficam até completarem 18 anos, caso não sejam adotados por uma família, da mesma forma como funciona nos abrigos.
Superlotação
A superlotação é um problema comum nos abrigos de Caxias do Sul, conforme Rosana. O número de acolhidos pode variar diariamente. No momento, há 34 crianças no Estrela Guia, 37 no Sol Nascente e 30 no Recanto Amigo, sendo que a capacidade prevista para cada um é de 20 crianças.
Em função da sobrecarga de trabalho, conforme Rosana, muitos servidores tem tido problemas de saúde e pedido licença. Em dez meses na FAS, entre janeiro e outubro, foram 875 licenças para afastamentos que duram, em média, três dias.
A prefeitura de Caxias encaminhou projeto de lei complementar à Câmara de Vereadores para a criação de seis novos cargos de educador social. O projeto foi aprovado na manhã desta terça (21) por unanimidade. Segundo Rosana, a previsão é chamar os profissionais, que já foram aprovados em concurso, em janeiro. Em princípio, cada abrigo administrado pela FAS receberá três educadores, mas isso dependerá da demanda do momento. Segundo Rosana, a nomeação resolverá o problema emergencial.
A partir do momento em que um dos abrigos deixar de existir, os educadores serão direcionados a outros serviços de assistência social, onde também há falta de servidores. A presidente da FAS afirma que, no início do ano, foi feito um diagnóstico do efetivo da entidade e a constatação foi de que havia um déficit de 20 educadores sociais. Hoje, a Fundação tem 90 educadores.