O cenário é de guerra nas ruas do Loteamento Santa Isabel, em São Francisco de Paula, nesta segunda-feira. um dia após o temporal que deixou 1,6 mil desabrigados no município da Serra, famílias ainda reúnem o que sobrou dentro das casas e muitas apenas contabilizam o prejuízo. Emerson Hoffmann Alves, 31 anos, tenta buscar forças para não desistir.
A residência que ele morava com a mulher, Lilian, 24, ficou totalmente destruída. O casal estava em casa no momento em que o temporal ficou mais forte, no início da manhã de domingo.
Leia mais
Tornado ou microexplosão. O que atingiu São Francisco de Paula?
Número de desabrigados pelo temporal sobe para 1,6 mil
Três pessoas seguem internadas após temporal
VÍDEO: bombeiro registra a chegada de vendaval a São Francisco de Paula
Alves e a mulher dormiram essa noite na casa de parentes, mas agora pensam como vão retomar a vida. Nem as roupas se salvaram dentro da residência, que fica na Rua Afonso Pena.
– Eu construí essa casa e tinha pago tudo. Não sobrou nada. a roupa que estou usando me deram e esse chinelo eu comprei pra não andar descalço no meio dos entulhos. Vou ter que começar do zero – lamenta.
O loteamento onde Alves morava está sem água e sem luz desde domingo. Um dos mercados do bairro estava funcionando com gerador na manhã desta segunda-feira. Os moradores foram informados de que a luz voltaria somente na quarta-feira; a água, sem previsão. Diversos técnicos da RGE arrumavam fios e postes.
No final desta manhã, o casal iria até o ginásio de São Francisco de Paula são organizadas as doações que chegam e que são repassadas a quem precisa. Cerca de 200 voluntários trabalham para receber donativos que são encaminhados para quem perdeu tudo ou quase tudo no temporal.
A voluntária Fernanda Lima, 39, que passou a noite arrumando roupas e alimentos no ginásio conta que lonas, água, comida e produtos de limpeza são os itens mais buscados.
Ela diz que muita coisa ainda está chegando, mas as doações sempre são bem-vindas. Ao contrário do que disse o governador em exercício do RS, José Cairoli, em entrevista à Rádio Gaúcha nesta manhã, a cidade ainda precisa de doações.
– O que mais precisamos é água potável, materiais de construção e roupas de cama. Quem quiser e puder doar, é só vir ate o ginásio ou entrar em contato com a prefeitura – diz Fernanda.