A frente fria que está sobre o Rio Grande do Sul desde quarta-feira se descola para o sudeste do país, mas ainda deve causar pancadas de chuva no Estado. Os maiores acumulados de precipitação vão se concentrar na Serra nesta sexta-feira. A previsão é de que a região seja atingida pela chuva a qualquer hora do dia. Em Caxias, o tempo amanheceu nublado e mais fresco do que nos últimos dias. A temperatura ficou na faixa dos 21ºC. A máxima deve chegar aos 28ºC.
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O tempo característico registrado desde o início do ano é um fenômeno comum na região durante o verão. Segundo meteorologistas, os gaúchos devem ficar preparados para mais chuva forte. Gil Russo, meteorologista chefe da sessão de previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) de Porto Alegre, a ocorrência dessas condições climáticas estão dentro do esperado para a estação. As intempéries que atingiram o Rio Grande do Sul têm algumas características: são marcadas por chuvas fortes, mas passageiras, e com possibilidade de rajadas de vento.
Na terça e na quarta-feira, os gaúchos acordaram com tempo nublado e céu encoberto, e o dia teve algumas aparições do sol, mas em determinada parte do dia, a chuva chegava com intensidade. Essas condições climáticas acontecem devido a uma combinação de fatores. Nos dias anteriores, o ar estava quente e seco. Uma frente fria que vem da Argentina ou da Antártica, com ar úmido, se choca com essa massa de ar quente que vem do interior do continente, de áreas como o Sudeste e Centro-Oste do Brasil, e que chega ao Sul provocando o temporal.
Quando as temperaturas estão altas, como nos últimos dias, e essa massa de ar fria se desloca para a região, há um contraste, que, quanto maior, mais chances há de temporais. Fábio Luengo, meteorologista da Somar, esclarece que o La Niña, um fenômeno que resfria a água do Oceano Pacífico equatorial e favorece a movimentação da frente fria em direção ao Sul, colabora para essa condição.
– O La Niña colabora para as frentes frias avançarem pelo Brasil. Para um ano de La Niña, está dentro do esperado. Os últimos anos que foram um pouco fora do comum por causa do El Niño, que deixa a frente fria mais parada e causa aquelas chuvas fortes e mais contínuas – diz Luengo.