Um monitor do Centro de Atendimento Sócio-Educativo (Case) de Caxias do Sul teria sido ameaçado por 25 jovens na noite da última sexta-feira em um princípio de rebelião. O homem, que não quis ser identificado, acionou a Brigada Militar após confusão no interior da unidade, localizada no bairro Reolon.
Conforme ocorrência registrada na Polícia Civil, os adolescentes fizeram ameaças de morte e ofensas verbais. Ninguém chegou a ser agredido. Além disso, os internos causaram danos à sede do Case e jogaram materiais de higiene e alimentação contra o agente.
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O caso será investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Um policial relatou que os jovens arrancaram pedaços de lâmpadas, forçaram as grades e só foram contidos no começo da manhã de sábado. A Brigada fez revistas nos dormitórios e nas alas, e contou com apoio da Tropa de Choque.
– O rapaz (agente) mencionou que dois lideraram as ameaças e foram seguidos pelos demais. O motivo será apurado, ainda não há como definir o que realmente ocorreu – afirma o delegado Caio Márcio Fernandes.
De acordo com um dos brigadianos que esteve no local na sexta-feira, a unidade está superlotada. Seriam aproximadamente 80 jovens para um espaço que permite somente 40 alojados. No ano passado, reportagem do Pioneiro mostrou que havia excesso de internos no Case, que começou a funcionar em 1998 com dormitórios projetados para serem individuais.
O diretor do Centro, Pedro Falkenbach, alega que dois adolescentes ficaram descontentes com a negativa de um pedido para trocar de quarto e começaram a fazer barulho e incitar os colegas. Falkenbach argumenta que registrar ocorrência é comum nesse tipo de confusão, e garante que a situação foi normalizada ainda no sábado, com a visita de familiares liberada.