Guia Lopes, Marquês do Herval, Dom José Barea, Bento Gonçalves, Visconde de Pelotas... Se há décadas essas ruas são pontos de referência em Caxias, o mesmo não se pode dizer do conhecimento das pessoas sobre muitas das personalidades que as nomeiam. Com raras exceções, pouquíssimos moradores têm na ponta da língua quem foi Miguel Muratore, Leonel Mosele, Clélia Manfro, Irma Valiera, Demetrio Niederauer, Euzébio Beltrão de Queiroz, entre tantos outros.
Foi com o intuito de oferecer um apanhado pedagógico sobre esse conjunto de personalidades que o autor Avelino Alves Mendes organizou a obra Ruas de Caxias do Sul: Biografias e Histórias. O livro ganha lançamento neste sábado (11), das 10h às 13h, na Do Arco da Velha Livraria e Café, na Rua Dr. Montaury, aliás, o engenheiro civil e político carioca José Montaury Aguiar Leitão conhece?
A obra
O livro é uma espécie de quem é quem, enfocando aspectos básicos como data de nascimento e morte, família e atuação profissional dos 114 perfilados, entre outras curiosidades. Nesse rol, destacamos a principal via de Caxias, desde os primórdios.
Conforme informações disponibilizadas pelo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, a Júlio de Castilhos foi conhecida por Rua Silveira Martins durante o período monarquista. Em 1893, cinco anos após a Proclamação da República, virou Júlio de Castilhos.
Foi uma espécie de homenagem ao primeiro presidente do Estado do Rio Grande do Sul, Júlio Prates de Castilhos (do Partido Republicano Riograndense). Atuante entre 1891 e 1898, Castilhos também foi o responsável por cunhar a expressão Pérola das Colônias - devido a seu encantamento com o desenvolvimento da cidade, em 1897.
140 anos de imigração italiana: o dia em que Caxias virou pérola
Beretta, uma tradição da Av. Júlio de Castilhos
Restaurante Quitandinha na Av. Júlio de Castilhos
Av. Júlio, a primeira pavimentada
A Júlio foi a primeira via de Caxias a receber calçamento de paralelepípedos, inicialmente no trecho entre as ruas Marquês do Herval e Dr. Montaury, em frente à Praça Dante Alighieri. A motivação era nobre: a Festa da Uva de 1937. Não se sabe exatamente quando a obra foi realizada, mas para aquela edição, que se iniciou em 28 de fevereiro, ela já estava pronta.
Já a denominação "avenida" só viria dois anos depois, em março de 1939, na gestão do prefeito Dante Marcucci (1935-1947).Nas fotos, dois momentos emblemáticos do desenvolvimento da via, cujos trabalhos foram coordenados pelo engenheiro de obras José Ariodante Mattana.
José Ariodante Mattana: homenagem no centenário do Mútuo Socorro em 1987
Jardins da Praça Dante Alighieri nos anos 1950
Obituário
Júlio Prates de Castilhos nasceu em Vila Rica (hoje município de Júlio de Castilhos, RS), em 1860, e morreu em Porto Alegre, em 1903, durante uma cirurgia de câncer na garganta. Casado com Honorina de Castilhos, teve os filhos Júlia, Eugênia, Otília, Honório, Ambrosina e Edmundo.
Bomboniére Maratá na Av. Júlio de Castilhos em 1943
Programe-se
O que: lançamento do livro Ruas de Caxias do Sul - Biografias e Histórias, de Avelino Alves Mendes
Quando: neste sábado (11), das 10h às 13h
Onde: Do Arco da Velha Livraria e Café (Rua Dr. Montaury, 1.570 _ Centro)
Quanto: R$ 29,90