Redução de cobradores nos ônibus será gradativa em Caxias do Sul

Uma medida polêmica a longo prazo é extinguir a função dos operadores de sistemas (cobradores) nos ônibus do transporte coletivo urbano de Caxias do Sul. Diretor-superintendente da Visate, Fernando Ribeiro diz que retirar essa função é uma tendência em outros países e que, no Brasil, mais de 20 cidades já operam sem o cobrador.

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Se as alterações fossem colocadas em prática, a Visate entende que seria possível oferecer passagens mais baratas. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário, Tacimér Silva, discorda.

Itinerários de ônibus podem ser reduzidos em bairros de Caxias do Sul

- Essa história de que sem cobrador vai reduzir o valor da passagem é para iludir a população, isso não vai acontecer. Não tem que reduzir o número de funcionários, tem é que se cumprir a legislação, que diz que todo ônibus precisa ter um cobrador. Com exceção dos 51 midibus (veículos menores), que já foi uma sacanagem porque mesmo sem cobrador a passagem permaneceu com o mesmo valor - destaca.

Em discurso durante a apresentação dos novos ônibus BRT, prefeito Alceu Barbosa Velho sugeriu que o teste para a circulação dos ônibus sem os cobradores poderia acontecer no período após às 22h, quando há menos movimento e maior registro de assaltos. Já o secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Manoel Marrachinho, diz que a ideia está na pauta mas não é o foco atual:

- Vamos começar a falar somente no segundo semestre, a partir do momento em que o SIM estiver operando .

A Visate tem hoje cerca de 550 cobradores. Segundo Ribeiro, o custo desses funcionários representa um percentual significativo do valor da tarifa cobrada. Gratuidades para idosos e outros benefícios, como o pagamento de 50% para estudantes, representa outra parte importante no custo da passagem.

De acordo com Ribeiro, eliminando a função dos operadores e as gratuidades, a passagem poderia custar a metade do valor cobrado atualmente.

- Essa função (do cobrador) só existe no Brasil, e encarece o custo do transporte. Fizemos reuniões para tranquilizar os nossos colaboradores, pois é um processo gradativo, mas é um debate que precisa ser feito - alerta Ribeiro.

O diretor garante que a empresa teria como realizar este processo sem a perda de postos de trabalho, absorvendo funcionários em outras funções, já que levaria anos para implantar a mudança.