O desfile cênico-musical ocorre, pela primeira vez na história, em outro endereço, na Rua Plácido de Castro. Pelo menos 1,3 mil figurantes, 200 músicos e cantores e outras 500 pessoas estão envolvidas na organização. Esse batalhão de voluntários e de plateia assistirá um espetáculo com duração prevista de 1h30min, com roteiro escrito pelo jornalista Nivaldo Pereira.
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Mesclando elementos da cenografia e da linguagem teatral, a intenção é resgatar os 140 anos de imigração italiana. O espetáculo conduzirá o público por uma viagem que começa em 1875 e desembarca na 31ª Festa da Uva.
Confira como será o desfile:
Primeiro ato
Origens de uma cultura
Cena 1 - Abertura
Os saltimbancos chegam para convidar todos a participar da Festa da Uva 2016. É tempo de colheita!
E de revalidação dos valores que construíram uma cultura única no Brasil.
Cena 2 - Fome
A origem da nossa cultura, marcada pela fome e por safras perdidas na Itália, traz um clima de tristeza. Os Cavaleiros do Apocalipse espalham o medo por onde passam. Camponeses caminham desolados, sem saber o que o destino lhes reserva.
Cena 3 - Cocagna
O destino trouxe a salvação. Após tanto medo, a esperança é representada por uma árvore carregada de frutos de todas as cores. Novas oportunidades de vida aguardam os imigrantes no futuro.
Cena 4 - Partida
A primeira fotografia é registrada com imigrantes segurando sacos nas costas e malas nas mãos, representando um dos momentos mais emblemáticos da história da imigração: a partida da Itália.
Cena 5 - Navio
À frente de um navio, o deus Netuno mostra a direção com seu tridente, enquanto os imigrantes vislumbram o horizonte distante, as terras brasileiras. Eles se mostram inseguros diante do futuro incerto e do desejo de dar uma vida melhor a seus filhos.
Cena 6 - Visão da Terra
Os imigrantes italianos chegam às terras brasileiras e encontram uma montanha fértil. A variedade de aves, animais e florestas exóticas simbolizam um horizonte de esperanças em terras brasileiras.
Cena 7 - Posse da Terra
É hora de tomar posse das terras! Os fotógrafos registram o segundo momento emblemático na história da imigração: famílias felizes mostram seus mapas da distribuição das terras, como se fossem (e são) verdadeiros troféus.
Segundo ato
Formação de uma Cultura
Cena 8 - Bagagem
Os ofícios, saberes e crenças são trazidos do velho continente em grandes malas e baús, a bagagem com os objetos utilizados pelos colonos, além de capelinhas e imagens de santos.
Cena 9 - Trabalho na Terra
Os imigrantes mostram a rotina do trabalho na terra, em que quase tudo tinha que ser produzido, tanto nas lavouras como em casa. A colheita do milho, da uva e a produção de pães são alguns dos afazeres dos imigrantes.
Cena 10 - Casa
A cultura de um povo sendo formada! A rotina doméstica de uma família de imigrantes: suas tradições reveladas pelo jeito de falar, pelos ditados e blasfêmias, pela gastronomia, divisão dos trabalhos e religiosidade.
Cena 11 - Trocas Culturais
Imigrantes interagem com gaúchos e tropeiros da região, o chimarrão chega às mãos do imigrante e podemos ver a troca de produtos, aprendizados e apertos de mão entre povos de origens tão diferentes, mas que parecem se completar
Cena 12 - Indústria
Aqui vemos a força da metalurgia, que trouxe mais prosperidade para os povos imigrantes que aqui chegaram. Mulheres vestidas de funileiras anunciam um novo tempo, onde o trabalho se dá num ambiente de esmeril, fornalha e fundição.
Cena 13 - Trabalhadores da Indústria
Os trabalhadores chegam em clima mágico! Com a primitiva oficina e a indústria moderna em fusão de elementos e o operário metalúrgico, que é sinônimo do desenvolvimento de nossa cidade.
Cena 14 - Comércio
O deus Mercúrio, protetor dos comerciantes, chegou! Muita agitação na feira livre e mercado, onde vende-se e trocase desde produtos agrícolas até artesanatos.
Cena 15 - Domingo na Praça
A Vila de Caxias se urbaniza. Essa cena ilustra a imagem de um típico e alegre domingo na praça Dante
Alighieri, onde amigos caminham juntos, crianças correm em torno do chafariz e casais namoram
Cena 16 - Trem
A chegada do trem traz mostra o desenvolvimento de Caxias do Sul.
Os maquinistas trazem com eles uma cidade que se amplia por meio do transporte.
Cena 17 - Guerra
A guerra chega com uma grande crise na manifestação da cultura: a proibição de falar italiano e alemão. Os pracinhas estão presentes em lembrança dos 70 anos do final da guerra.
Cena 18 - Procissão
Outro forte aspecto da identidade cultural da região está na fé e na intensa religiosidade de origem italiana. Grupos na romaria ao santuário de Caravaggio fazem preces e esperam que seus pedidos sejam atendidos.
Cena 19 - Ritos Religiosos
Casamentos, batizados e festas religiosas, parte de uma cultura que começou há tantos anos mas que ainda faz parte da nossa realidade. Os ritos são emoldurados e a quarta fotografia do desfile toma lugar.
Cena 20 - Intérpretes da Cultura
A celebração da cultura! Uma homenagem aos intelectuais e artistas que ajudaram no reconhecimento desta peculiar
cultura brasileira. Entre tantas está uma alusão ao filme "O Quatrilho", que faz 20 anos de sua indicação ao Oscar.
Cena 21 - Horizontes
A cultura de matriz imigrante sob o olhar de novas gerações. São os valores culturais que aqui permanecem por meio de novos códigos e linguagens.
Terceiro Ato
Uma Cultura em Festa
Cena 22 - Cortejo do Baco
O deus Baco chega com seus seguidores, carregando cachos de uva e guirlandas de parreiras, convidando as pessoas para a Festa da Uva.
Cena 23 - Colheita
O Carro das Embaixatrizes chega com a deusa Ceres, regente da agricultura e da colheita. Vindimeiras
anunciam o tempo de colheita de uva.
Cena 24 - Rainha e Princesas
Com a chegada da Rainha e das Princesas da Festa da Uva 2016 a uva se transforma no elemento de integração cultural, entre a tradição e a modernidade, os mitos de origem e o progresso. Os valores de um povo são celebrados em imagens e o futuro pode ser visto em largos horizontes.
Cena 25 - Povo em Festa
O espetáculo se transforma em uma grande festa de colônia, com mesas grandes ostentando a fartura da região. Uma região onde os colonos, gaúchos e migrantes de diversas origens convivem juntos em uma só cultura.