A deterioração das calçadas que margeiam a BR-116, em Galópolis, causa perplexidade e preocupação aos moradores. O abandono da manutenção que compete ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) compromete a segurança das pessoas e exibe um aspecto negativo ao cenário nas imediações do Instituto Hércules Galló.
Foi pensando na segurança dos pedestres e, principalmente das crianças, que, nestes feriadões de final de ano, os amigos Irlei Frassini, 40 anos, e Rodrigo Marchi, 35, decidiram roçar as imediações de suas residências. Marchi afirma que, após encerrar-se a concessão da Convias, o trecho da parte sul da estrada até ao centro da localidade só piorou. À noite, é perigoso, pois o mato tomou conta e não se sabe onde pisa. Já Frassini salienta que há diversos bueiros entupidos. Na entrada de sua garagem, uma boca de lobo está destruída, e a água escorre para a pista.
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Quem também sente a agonia diária de transitar pela calçada abandonada é a microempresária Jandira Lurdes Funk, 55. Nas proximidades de sua casa, ela tinha como alternativa caminhar na canalização pluvial, mas agora há esgoto e o matagal crescendo. Aproximando-se da área urbana de Galópolis, Jandira é obrigada a desviar de bocas de lobo entupidas e da água vertendo sobre a calçada.
Defronte da famosa "árvore das garças", refúgio ambiental buscado pelas aves, à margem da BR, Jandira opta por ingressar na pista, pois o trecho está sempre alagadiço. Ela recorda que, na sua infância, não tinha calçada. A obra foi realizada em 1987 pela Sultepa, empresa licitada pelo extinto Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). Lucilei Toniolli, 48 anos, moradora vizinha do memorial Hércules Galló, também recorda que a calçada foi obra realizada pela Sultepa. No entanto, ela é obrigada a atravessar a estrada para caminhar com segurança pela calçada instalada na margem oposta ao lado em que mora.
Há duas semanas, a subprefeitura realizou a roçada defronte à calçada do cartório. No trecho em paralelo com o Arroio Pinhal, estava impossível o trânsito de pedestres, e alguém tinha que resolver o problema.
O subprefeito de Galópolis, Velocino Uez, recorda que inúmeros cidadãos cobram as melhorias. No entanto, há limite de competência. O escritório do Dnit de Vacaria foi comunicado dos problemas.
Quem faz a manutenção
Sobre as calçadas de Galópolis, a assessoria de comunicação do Dnit respondeu que pode haver alguma limpeza pendente devido às últimas chuvas. Afirma ainda que elas foram construídas pela prefeitura e que a restauração cabe ao município.
Já os moradores sustentam que a calçada foi executada pela Sultepa, que montou instalações em Galópolis para ampliar a pista entre Vila Cristina e Caxias e construir muros e encostas de contenção. Sobre os canos que despejam água e esgoto, a assessoria diz que são frutos de construções irregulares.
A Família Pedrosa agradece o alerta dos moradores de Galópolis. A situação é de alto risco, pondera Pedro, em um rodovia de tráfego pesado, em pista simples e onde há circulação de pessoas. Pedro e a mulher, Pedroca, concordam que os órgãos públicos devem chegar a um acordo sobre quem vai fiscalizar as calçadas. Sabe-se que a responsabilidade é dos proprietários. Então os órgãos públicos devem cobrar passeios em boas condições. Na regra, quem fiscaliza as calçadas da cidade é a Secretaria Municipal de Urbanismo.
Má conservação
Calçadas estão em situação crítica em Galópolis, em Caxias do Sul
Na BR-116, os passeios estão deteriorados e abandonados. Pedestres e cadeirantes ficam prejudicados
Roni Rigon
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