A oferta de vagas de estágio do CIEE caíram pela metade na Serra Gaúcha. De acordo com a supervisora executiva da unidade operacional de Caxias do Sul, Marlei Marcon, o número de vagas disponíveis constantemente caiu de cerca de 200 para 100. A retração, segunda ela, começou em abril, embora já houvesse sinalização do mercado no início do ano. A unidade de Caxias do Sul atende 29 municípios da região.
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O setor que mais cortou vagas é o de serviços, que costumava ser o último a sentir os efeitos de crises, atrás da indústria e do comércio. A explicação é de que esse era o setor onde mais havia procura. Além disso, as empresas estão incluindo nos cortes as vagas de estágio, ainda que sejam pouco menos onerosas.
Outra mudança que a crise provocou foi o aumento das exigências por parte das empresas para o perfil dos candidatos. Agora, os empregadores procuram profissionais mais qualificados e com maior comprometimento. A baixa das vagas também provocou aumento da procura e, consequentemente, menor rotatividade entre os estagiários.
- Nós vivíamos a era do efêmero, não só nas questões emocionais, mas de trabalho: 'Eu saio da empresa e logo consigo outra facilmente'. Isso estava se tornando uma prática comum, onde os estagiários não criavam raízes nas empresas, ou seja, não vislumbravam a possibilidade de efetivação como algo positivo. Era um troca-troca muito grande. Eu penso que vai ser um 'repensar' que os profissionais terão que ter, nesse momento, especialmente a geração mais jovem, que não está habituada a isso - explica.
A expectativa para o ano que vem é de que a situação seja igualmente difícil. De acordo com Marlei, a probabilidade é de que o mercado comece a reagir somente em meados de 2017. Ainda assim, a recomendação é de que não se perca o otimismo e se busque alternativas, já que crises também podem trazer oportunidades e descobertas de novos talentos.