Pode ser só um balão de ensaio, pode ser que estou vendo pelo em casca de ovo, pode ser um tremendo exagero, mas.
Mas há sensação é bem palpável de que as operações padrões dos servidores da segurança pública deram salvo contudo aos criminosos.
Em português claro, a sensação é de que os bandidos estão aproveitando essa fase de paralisações dos funcionários para barbarizar.
Como disse acima, posso estar sendo injusto com o bandidos, talvez eles, como nós, estejam solidários ao PMs, aos Policiais Civis, aos agentes penitenciários que de novo tiveram o salário parcelado e não, não estão sendo prevalecidos e atacando o cidadão ainda mais desprotegido do que nunca. Mesmo sem estatísticas, cá fora nas ruas o povo conclui em uníssono: o Rio Grande, Caxias incluída, está mais perigoso.
Talvez nem seja verdade que a criminalidade aumentou nessas últimas semanas, talvez a já incorporada sensação de insegurança só tenha recrudescido ao nos sabermos mais vulneráveis, talvez.
Talvez, também, se fale mais em insegurança do que em greve de professores porque a insegurança atinge a todos. Ricos, pobres e remediados, todos somos absolutamente dependentes da segurança pública. Mesmo que nos trancafiemos a sete chaves, a segurança pública precisa funcionar minimamente. As escolas públicas, não. Muitos gaúchos não estudam em escola estadual. Greves de professores estaduais, embora importantes, não atingem a todos.
Por isso se ouve e se conta mais histórias de arrombamentos, assaltos e mortes do que histórias de estudantes sem aula.
Essa panaceia em torno da insegurança mostra bastante bem a que ponto chegamos. Quando um povo precisa se preocupar mais com bandidos do que com a falta de aulas é porque esse povo chegou ao fundo do poço.
Opinião
Gilberto Blume: algo vai mal quando um povo precisa se preocupar mais com segurança do que com educação
Essa panaceia em torno da insegurança mostra bastante bem a que ponto chegamos
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