O bloqueio das contas do Rio Grande do Sul em função do não pagamento da dívida com a União começa a ter respingos nos municípios: a Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) cogita levar a questão para a Justiça caso o Estado não integralize os repasses do governo federal e do próprio Estado referentes ao mês de julho até o fim de agosto. Em Caxias do Sul, o prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) mostrou preocupação com o corte do ICMS, que representa 35% das arrecadação do município. Caso isso ocorra, haverá problemas nos pagamentos de fornecedores e, principalmente, na manutenção da saúde e educação.
Caxias sente nas obras os reflexos das crises do governo federal e estadual. Não há certeza quanto a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Norte, prevista inicialmente para ocorrer até o final do ano, já que não houve o repasse de R$ 800 mil do governo federal. O contrato havia sido firmado em maio com o Ministro da Saúde, Arthur Chioro. Semelhante ocorreu na área da educação. Caxias não cumprirá a meta nacional de oferecer vagas para todas as crianças de quatro e cinco anos de idade na educação infantil até 2016 por causa do atraso nas obras de oito novas creches do município. A empresa MVC é responsável por 350 obras de creches em todo o país, mas entregou apenas 14. Está em vigor um acordo na cidade para que o município compre vagas em escolas particulares a fim de suprir a demanda.
Também não há um aval do governo federal para um investimento de 50 milhões de dólares em asfaltamento no interior e construção de dois viadutos em Caxias do Sul. Mesmo sem exigir o aporte de recursos da União, o projeto prevê mais 68 quilômetros de asfalto, beneficiando, as ligações entre os distritos de Santa Lúcia do Piaí e Vila Cristina via Sebastopol, Vila Seca e Fazenda Souza. O projeto inclui ainda as construções de dois viadutos, nos entroncamentos da Perimetral Norte com a Rua Atílio Andreazza e com a BR-116. Também está prevista uma rotatória no acesso ao bairro Planalto pela BR-116.
Política
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Se o Estado não integralizar os repasses, Famnurs cogita levar caso à Justiça
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