Se havia dúvidas de que Farroupilha pudesse voltar a ser palco de um festival de danças, como outrora, elas foram dizimadas. A cidade colhe os louros de quem reuniu mais de 20 mil visitantes no final de semana, no Parque Cinquentenário, durante o Festival Gaúcho e Gastronômico de Arte e Tradição (Feggart). Ao fim do evento, uma certeza:
- Farroupilha passará a ter um festival de dança. Não sabemos se todo ano, de dois em dois anos, ou se manterá o mesmo nome. O Feggart está no DNA da cidade - resumiu o presidente do Feggart, Tiago Ilha.
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Nos bastidores, o clima era de saudosismo entre vários dançarinos que participaram do extinto Festival Gaúcho de Arte e Tradição (Fegart), entre 1985 e 1996. Já os premiados de 2015, 14 da Serra, falaram da alegria de concorrer "em casa", como o CTG Ronda Charrua, 3º lugar nas danças tradicionais.
Representando o gaúcho atual ou contando a história dos antepassados, o Feggart foi mesmo o festival das cores nas vestes dos 1.354 artistas que passaram pelos palcos.
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Para contar sobre o contrabando do couro, o CTG Guapos do Itapuí, de Campo Bom, vestiu bota de garrão de potro (que ganhou esse nome por ser feita justamente do couro da pata do cavalo) e chapéu pança de burro, com barbicacho de crina de cavalo.
Tudo feito artesanalmente pelo dançarino Jesus Simmi, 40.
- Compramos o couro e fazemos as peças. A bota é curtida no cal para tirar o pelo, depois deixa secar na sombra por três dias. Para o chapéu, recortamos o couro em retângulo e ele é colocado em um palanque, que serve de molde para a cabeça - explica.
Com um traje atual, o CTG Sinuelo, de Caxias do Sul, cantou e dançou a Serra. Peões usaram lenços carijós (com xadrez miúdo), bombachas mais estreitas, característica do serrano, e chapéu de copa tropeira, referência à região que foi rota do tropeirismo. Com vestidos de cores diferentes, as prendas conseguiram um belo efeito na apresentação, com muito sarandeio e sapateio.
