E lá vem o Brasil, de novo, fazendo feio quando se trata de estudos que medem o desempenho de diferentes países em vários quesitos. Dessa vez a má notícia (brasileiro, aliás, é um bicho acostumado a essa coisa de má notícia, será que não?) se apresenta na forma de um ranking que mapeia a relação entre a carga tributária e o retorno que o país oferece à sua população em termos de serviços públicos de qualidade. Entre os 30 países analisados, adivinhem: o Brasil, claro, ficou em último lugar. Surpresa, não?
O estudo foi desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) entre os países que apresentam a maior carga tributária no planeta. A posição alcançada por cada nação depende de uma equação de fatores entre o peso da carga tributária exercida sobre o cidadão por todas as esferas (municipal, estadual e federal) versus o PIB (Produto Interno Bruto) do país e o seu índice de qualidade de vida medido pela ONU. Vale ressaltar que essa já é a quinta vez consecutiva que o Brasil fica na lanterninha do ranking, no estudo divulgado ontem. Ruim, hein?
E o que seriam os tais dos serviços públicos de qualidade que deveriam vir em troca dos pesados impostos que os brasileiros pagam? Ora, aquilo que todos os políticos prometem providenciar na época das campanhas eleitorais, como todos lembram (ou deveriam lembrar): educação, segurança, saúde de qualidade, rodovias em boas condições, essas coisas todas de que tanto precisamos e que tanto nos faltam. Ou seja, o estudo do IBPT não revela nada que nós, brasileiros, já não sintamos na pele, nos bolsos e no cotidiano de sermos brasileiros desde sempre.
Interessante dar uma olhada nas posições de dois de nossos países vizinhos que também figuram na tabela: Argentina e Uruguai. Apesar de figurarem nessa lista dos 30 países do mundo que mais arrecadam impostos, ambos superam o Brasil em termos de transformação desse montante em benefícios aos seus cidadãos. O Uruguai figura em 11º lugar no ranking e a Argentina em 19º. Os três primeiros melhor colocados são Austrália, Coreia do Sul e Estados Unidos. E aí fica a pergunta: se arrecadamos tanto, para onde é que vai essa grana toda hein? Será que alguém erraria a resposta?
Opinião
Marcos Kirst: E lá vem o Brasil, de novo, fazendo feio
Dessa vez a má notícia se apresenta na forma de um ranking que mapeia a relação entre a carga tributária e o retorno que o país oferece à sua população em termos de serviços públicos de qualidade
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