Criação de praça no entorno do Monumento ao Imigrante esbarra na desapropriação de terrenos em Caxias

A antiga ideia de criar uma praça junto ao Monumento Nacional ao Imigrante, com ligação para pedestres à Praça Vestibular Abramo Eberle, do outro lado da BR-116, voltou à discussão. O assunto ressurgiu depois que uma proposta que prevê tornar o Imigrante um símbolo de Caxias foi apresentada na Câmara de Vereadores.

O projeto original do monumento, erguido na década de 1950, contemplava a criação da Praça do Imigrante, plano elaborado pelo arquiteto francês Roberto Lacômbe. Nos anos seguintes, novos projetos para a Praça do Imigrante foram lançados, mas nenhum avançou. O plano mais recente é de 2008, de autoria dos arquitetos da Secretaria de Planejamento João Henrique Ramos e Nelson Vasquez. Nas últimas semanas foram instaladas placas para venda de área de 4,7 mil metros quadrados à esquerda do Imigrante, o que gerou especulação. 

- Moradores de Lourdes e do Petrópolis começaram a se preocupar que prédios altos sejam erguidos ali - argumenta a vereadora Denise Pessôa (PT).

Segundo o secretário do Planejamento, Gilberto Boschetti, a área da Praça do Imigrante está gravada do Plano Diretor do Município. Em tese, o terreno está preservado, portanto. Segundo ele, a obra não saiu do papel porque os terrenos são privados. A prefeitura propôs a troca por índices construtivos (títulos que podem ser vendidos a construtoras) ou por outros lotes, mas o município disporia de poucas áreas para esse fim.

- É uma área bastante valorizada em função da localização, e o governo tem diversas demandas sociais. Mas não abrimos mão desse sonho - garante Boschetti.

O projeto da praça mede 11,64 mil metros quadrados e inclui espaços de estar, fontes luminosas e salas fechadas para atendimento aos turistas. A passarela para pedestres passaria sobre a BR-116 e ligaria com a Praça Vestibular Abramo Eberle, no início da Avenida Júlio de Castilhos.

Conforme o secretário, a venda dos terrenos não é proibida. No entanto, a prefeitura deve indeferir qualquer projeto de construção, porque a área é de interesse público no Plano Diretor.